Nesta sexta-feira (21), profissionais da enfermagem realizarão um novo protesto em frente ao Hospital Federal de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A manifestação tem como objetivo reivindicar a forma proposta pelos órgãos federais sobre o piso salarial e exigir o descongelamento dos triênios, o pagamento do décimo quarto salário e a implementação do Plano de Carga, Carreira e Salário (PCCS). Além disso, a classe também protestará contra a posição adotada pelo secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, diante dessa situação.
Líbia Bellusci, diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Rio (Sindenf-Rj) e coordenadora do Fórum Nacional da Enfermagem Brasileira, explicou que nem todos os profissionais da enfermagem serão beneficiados com o piso salarial proposto pelos órgãos federais. Ela destacou que apenas os contratados da União terão um pequeno ganho, enquanto enfermeiros e auxiliares concursados não receberão qualquer valor adicional. Isso motivou a classe a rejeitar a forma como o Ministério da Saúde e a Advocacia-Geral da União estão implementando o piso salarial.
O Ministério da Saúde anunciou que está em processo de implementação do piso nacional da enfermagem, que será incluído no contracheque de agosto. No entanto, Líbia criticou os critérios estabelecidos pelos órgãos, enfatizando que o piso deve ser aplicado no mínimo que os profissionais recebem e que a carga horária de 44 horas não corresponde à realidade.
Uma enfermeira, que preferiu não se identificar, relatou os desafios de trabalhar sob a gestão atual, mencionando promessas não cumpridas, abusos e pressões dos gestores para atingir metas nas unidades hospitalares. Ela também criticou a postura do Secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, acusando-o de colocar a população contra a enfermagem.
Soranz, por sua vez, afirmou que a greve não seria benéfica para a categoria, uma vez que deixaria as pessoas na fila esperando por atendimento e suspenderia cirurgias, causando prejuízos à população que mais precisa do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele ressaltou que os décimos terceiro e quarto serão pagos em dezembro, enquanto o PCCS e o descongelamento dos triênios estão em discussão. Contudo, o secretário argumentou que essas reivindicações não justificam desassistir a população.
O protesto foi motivado pelo pagamento do piso nacional da enfermagem após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo o desembolso de R$ 7,3 bilhões após a abertura de crédito especial. A classe de enfermagem luta para garantir a implementação do piso conforme a lei, bem como melhores condições de trabalho e respeito a seus direitos.