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‘Marielle é o ápice da violência política’, diz Anielle Franco

A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, concedeu uma entrevista ao canal de TV ‘GloboNews’, na tarde desta segunda-feira (24), em que abordou as novas informações surgidas sobre a execução de sua irmã, a vereadora Marielle Franco. De maneira emocionada, Anielle enfatizou a importância dos desdobramentos das investigações e como o contexto político se relaciona com o assassinato de sua irmã.

Ela destacou que a dimensão política é inevitável, uma vez que ela mesma se tornou vítima dessa situação. Após a morte de Marielle, Anielle foi alvo de discriminação, sendo expulsa de escolas onde lecionava apenas por ser irmã da vereadora. A imagem de Marielle passou a ser associada a diversos preconceitos e estigmas. Para Anielle, a morte de sua irmã não é apenas um caso isolado, mas representa um marco político significativo para o país. Ela citou outras figuras como Erika Hilton, Erica Malunguinho e Ana Carolina, que também enfrentaram violência e discriminação por sua atuação política e presença no poder.

Anielle lembrou que Marielle completaria 44 anos naquela semana e, diante das novas revelações, ela está vivenciando uma mistura de sentimentos. A prisão do ex-bombeiro Maxwell Corrêa, conhecido como “Suel”, nesta segunda-feira, foi um passo importante nas investigações, mas Anielle não acredita que o caso esteja encerrado. Ela confia no trabalho realizado pelas autoridades, mas deseja compreender os motivos específicos que levaram ao assassinato de sua irmã. A falta dessa resposta é dolorosa e reflete a possibilidade de que qualquer mulher negra em posição de destaque e luta também possa se tornar vítima de violência.

Como ministra de Igualdade Racial, Anielle espera que haja avanços na investigação, mas expressou que suas emoções nesse momento vão além do papel institucional que ocupa. Ela enfatizou a importância de entender por que sua irmã foi alvo dessa violência, a fim de prevenir que outras mulheres negras em posições similares sofram o mesmo destino.

A Operação Élpis, que resultou na prisão de Maxwell Corrêa, teve como base uma colaboração premiada de Élcio de Queiroz, preso por dirigir o veículo utilizado no assassinato de Marielle. A investigação também revelou a participação de Ronnie Lessa no crime.

A cronologia do caso foi marcada por diversas mudanças nas investigações, mas até o momento não houve respostas definitivas sobre o mandante do crime. Os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes completaram cinco anos em 2023 sem que a pessoa por trás do crime tenha sido identificada. Em fevereiro desse ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal abrisse um inquérito paralelo para auxiliar nas investigações conduzidas pelas autoridades fluminenses.

A busca por justiça para Marielle e Anderson continua, e a sociedade espera que a verdade seja esclarecida para que as famílias das vítimas possam encontrar algum tipo de paz diante dessa tragédia.

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