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Nasa quer ampliar parceria com Brasil no monitoramento da Amazônia

A agência espacial americana (Nasa) está buscando fortalecer a parceria com o Brasil no monitoramento e preservação da Floresta Amazônica. O administrador da Nasa, Bill Nelson, reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, para discutir a cooperação aeroespacial entre os dois países.

Durante a reunião, a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente, mencionou que Lula em breve deve conversar com o presidente Joe Biden sobre os temas discutidos no encontro de hoje, provavelmente através de uma ligação ainda esta semana.

Bill Nelson informou que os satélites da Nasa já enviam muitas imagens e informações para os cientistas brasileiros, auxiliando na identificação do desmatamento na floresta. Além disso, a agência espacial lançará três novos satélites que aumentarão significativamente a capacidade de identificar e prevenir o desmatamento.

O administrador da Nasa relembrou que, em um sobrevoo espacial há 37 anos, ele testemunhou a devastação da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas como resultado do desmatamento.

Além do monitoramento do desmatamento, a parceria entre os dois países pode envolver outras áreas, como o aumento da produtividade no campo através de instrumentos da agência espacial que identificam a umidade do solo e do ar e detectam pragas.

Nesta terça-feira (25), Bill Nelson visitará o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Embraer, em São Paulo, e serão realizadas reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que qualquer cooperação no monitoramento das florestas dependerá da avaliação das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira. Ela ressaltou que o Inpe está se preparando para operar um novo radar sintético capaz de captar imagens mesmo através das nuvens, aprimorando a qualificação de informações para combater o desmatamento na Amazônia.

A visita de Bill Nelson ao Brasil também é uma oportunidade para os Estados Unidos observarem as potencialidades da indústria brasileira na área espacial. Luciana Santos mencionou que o Brasil já tem uma cooperação significativa com os Estados Unidos na área espacial desde a década de 1980, com destaque para o Programa Artemis, que visa explorar as potencialidades da Lua e levar astronautas ao satélite natural no próximo ano. Outros acordos, como o uso da Base de Alcântara, no Maranhão, e o estudo da ionização da atmosfera no Atlântico Sul, também foram mencionados.

A reunião no Palácio do Planalto foi marcada por um clima amigável e durou cerca de uma hora e meia. Bill Nelson presenteou o presidente Lula com uma foto da última missão não tripulada da Nasa à Lua, realizada entre novembro e dezembro do ano passado.

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