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Élcio de Queiroz, ao quebrar ‘pacto de silêncio’, se coloca em perigo, dizem especialistas

Após a delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, envolvido na execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, especialistas em segurança pública alertam para os perigos enfrentados pelo delator em meio ao chamado “pacto do silêncio” entre milicianos. O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, também foi preso por sua participação no crime.

Para os especialistas, os grupos milicianos atuam seguindo um modelo mafioso, extorquindo comerciantes e moradores em determinadas regiões do Rio de Janeiro, e entram frequentemente em conflito com o tráfico de drogas. Esses grupos são compostos, em sua maioria, por policiais ativos, ex-policiais civis e militares, além de membros das Forças Armadas que foram expulsos ou deixaram suas funções.

O professor de Sociologia e Segurança Pública, Daniel Hirata, destaca que a particularidade do caso reside no fato de que os envolvidos não são apenas milicianos, mas também matadores profissionais, especializados em execuções.

Segundo o delegado de polícia aposentado e advogado criminal Marcus Neves, a colaboração premiada de Élcio mostra uma fragilidade no “pacto de silêncio” quando a situação se complica para um dos membros do grupo, que passa a priorizar seus próprios interesses.

A delação de Élcio desencadeou a Operação Élpis, primeira fase das investigações dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, bem como da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

Os especialistas concordam que é difícil prever como os outros integrantes do grupo criminoso reagirão à delação, mas reconhecem que as informações fornecidas por Élcio possibilitaram novas prisões e avanços nas investigações. Acreditam também que a colaboração pode ser prejudicial para a segurança do delator e de seus familiares, considerando a gravidade do caso e o fato de serem matadores profissionais inseridos na estrutura institucional do estado.

Apesar da delicada situação enfrentada por Élcio, os especialistas acreditam que ele pode ter mais informações relevantes ainda não divulgadas, o que poderia influenciar as investigações e possíveis condenações dos demais envolvidos. A proteção do delator é considerada crucial para garantir sua segurança diante das circunstâncias perigosas envolvendo o caso Marielle.

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