Felipe Nogueira Moreira foi preso nesta terça-feira. Foto: Divulgação
Após doze anos, uma jovem, de 25 anos, que não quis ser identificada, sentiu alívio ao receber a notícia de que o homem que a estuprou, identificado como Felipe Nogueira Moreira, foi preso nesta terça-feira. O crime ocorreu em agosto de 2011 em Magé, na Baixada Fluminense. Na época, a vítima tinha 13 anos e havia conhecido o suspeito em um aplicativo de relacionamento.
— Ele me ofereceu uma carona e falou que estávamos indo para a lanchonete do meu irmão. Eu não esperava que ele fosse fazer alguma maldade. Porém, no meio do caminho, ele desviou e fomos para perto de um monte, um lugar deserto. Estávamos em uma Kombi, a porta só destrava do lado do motorista. Ele jogou o peso dele contra mim, fiquei em cima dos meus braços, totalmente indefesa. Eu lembro que ainda consegui dar um soco nele, mas não adiantou — conta a jovem.
A mulher relata que chegou a ver uma viatura passar próximo ao local em que eles estavam, mas não conseguiu pedir socorro. Segundo ela, Felipe a deixou perto de casa depois de cometer a violência sexual. Antes de conseguir entrar na residência, a vítima encontrou a mãe no portão e desmaiou logo em seguida.
— Eu pedi para que ele me deixasse em casa depois que ele terminou tudo. Fiquei em uma rua antes da minha e ele foi embora. Eu lembro que cheguei no portão e a minha mãe viu a minha calça completamente ensanguentada. Eu desmaiei logo depois porque perdi muito sangue. Assim que acordei no hospital vi vários policiais em volta de mim. Inclusive, um deles falou que estava na viatura que passou por nós— relata a jovem.
Ainda de acordo com a jovem, ela precisou passar por uma cirurgia e realizou tratamento psicológico, tendo a vida completamente afetada. Na escola, ela conta que era vítima de bullying e que, por morar em um local em que todo mundo se conhecia, era alvo de comentários por parte da vizinhança. A mulher também diz que o pai de Felipe, dono da Kombi, procurou a mãe dela oferecendo dinheiro para os pais não denunciarem o caso.
— Eu fui superando e esquecendo aos poucos. Tive tratamento psicológico e o apoio incondicional da minha família. No entanto, eu sofria muito bullying na escola porque todo mundo me conhecia como “a garota estuprada”. Eu passava pelos meus vizinhos e ouvia eles falando sobre mim. Para piorar, o pai do Felipe procurou a minha mãe dizendo que podia pagar os meus tratamentos se a gente não denunciasse o caso — afirma a jovem.
Policiais civis da 26ª DP (Todos os Santos) em operação conjunta com policiais militares da 2º UPP/19ºBPM (Pavão/Pavãozinho) localizaram o suspeito ao fazerem um cruzamento de dados da inteligência e diligências de campo de ambas as forças de segurança. Os agentes capturaram Felipe no município de Rio Bonito, no Leste Fluminense.
— Hoje eu me sinto vitoriosa, porque eu vejo que o meu caso não foi esquecido. Quando eu fui violentada, a minha mãe disse que uma menina a procurou para dizer que tinha sido estuprada pelo mesmo homem, mas a polícia não achou nenhum registro de ocorrência. Se existir mais algumas vítimas dele, eu peço para que não se sintam acanhadas pois estamos juntas nessa — destaca a jovem.
Diante da possibilidade de outras vítimas, o delegado titular da 26ª DP, Felipe Santoro, pede para que as autoridades sejam procuradas. Santoro destaca a importância da denúncia de qualquer tipo de abuso cometido pelo suspeito.
— É importante que todas as vítimas denunciem qualquer tipo de abuso para que o criminoso responda pelos seus atos. A prisão deste suspeito é importantes para encorajar outros vitimas a procurarem a policia —ressaltou o delegado titular da 26ª DP, Felipe Santoro.
Fonte: Extra.