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    Mulher trans é morta a facadas na Baixada Fluminense

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    Julia Nicoly Moreira da Silva foi encontrada morta com marcas de facadas. foto: Reprodução/Redes Sociais

    Uma mulher trans foi amordaçada e morta a facadas dentro da própria casa, na noite desta quarta-feira (26), no município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Policiais militares do 39° BPM (Belford Roxo) foram acionados para uma ocorrência de homicídio, no bairro da Vila Pauline, e encontraram Julia Nicoly Moreira da Silva, de 34 anos, sem vida. A vítima era técnica de enfermagem no Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, e no Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, em Niterói.

    Segundo familiares, o crime foi cometido por dois homens que, além de amordaçarem Julia, colocaram algodão em sua boca, para evitar que ela gritasse, e amarraram seus pulsos. Ela sofreu diversos golpes e alguns atingiram seu pescoço e peito. A dupla foi vista deixando a residência no carro da mulher, um deles sujo de sangue, por crianças que estavam na rua e alertaram aos pais. Ao tentarem entrar na casa, os vizinhos notaram que a porta estava trancada e precisam arrombar, mas não conseguiram socorrê-la a tempo.

    A irmã da técnica afirmou que a casa não foi invadida e acredita que ela possa ter sofrido uma emboscada, já que pode ter combinado de se encontrar com um dos homens, que levou o outro para cometerem o crime. Laura Cristina conta que no próximo mês completaria dois anos que Julia sobreviveu a um ataque, também em sua casa, por um homem com que estava se relacionando, que desferiu 19 facadas contra ela. À época, ele afirmou que cometeu o crime porque a mulher não teria revelado que era trans, mas ela conseguiu provar que ele sabia.

    O homem foi preso e, no ano passado, a técnica passou a receber ameaças de morte de números desconhecidos, que acreditava vir dele, mas não temia ser atacada outra vez, já que ele estava na cadeia. No último dia 4, ele foi condenado por tentativa de feminicídio e, segundo a sentença, não vai poder recorrer em liberdade. Para Laura, o assassinato da irmã foi premeditado como vingança pela prisão e condenação. Segundo ela, somente o carro e o celular de Julia foram levados pela dupla que a esfaqueou.

    “Desde o primeiro atentado, ela criou um medo de faca, se você entrasse na casa dela, não encontrava nem uma faquinha de pão. Essa faca foi levada, foi crime intencional, foram para fazer isso. O crime foi exatamente igual, só que a primeira vez foi um rapaz só, então, quem mandou fazer isso, conhecia a força dela, tanto que foram dois rapazes para cometer essa crueldade. Da outra vez, os vizinhos socorreram ela com o próprio carro e, dessa vez, levaram o carro dela, justamente para não ter o socorro. Não foi roubo, o carro dela foi achado com tudo, não mexeram na carteira dela, não mexeram em nada, só levaram e abandonaram em um bairro próximo. Dessa vez, eles conseguiram”, afirmou Laura.

    De acordo com a Polícia Militar, o veículo foi localizado pelas equipes do 39º BPM no bairro Parque São José, no mesmo município. Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) instaurou um inquérito para investigar o caso e que diligências estão em andamento para identificar a autoria do crime. O corpo da vítima será sepultado às 13h30 desta quinta-feira (27), no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo.

    “Foi uma crueldade tamanha que ela não merecia. Eu aceito até a partida dela, mas não dessa forma. Eu aceitaria um acidente, uma bala perdida, qualquer coisa, mas não desse jeito. Não sou eu, irmã dela quem está falando, é todo mundo, amigos, pacientes, família, está todo mundo sem acreditar. Ela tinha muita vida para viver, ela vivia muito, era muito intensa. Ela era muito querida, muito responsável. A Nicoly era sem palavras, ela ajudava todo mundo, tirava a roupa do corpo para te dar. Ela não era uma pessoa materialista, ela tinha seguro de tudo, só não tinha da vida dela”, lamentou a irmã, que pediu por justiça.

    “Eu espero que descubram, de fato, quem cometeu isso e peguem esses desgraçados. Eu não posso chamar de ser humano, porque não é ser humano que fez isso, não pode ser considerado humano fazer essa crueldade. Nada vai trazer a vida dela de volta, isso eu tenho ciência, mas para acalentar o nosso coração, pelo menos um pouco de sossego para minha mãe, que está em uma situação difícil de saúde e ela que era o nosso braço direito, ela era tudo”.

    Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Fundação Saúde afirmaram que “lamentam a morte e prestam condolências aos familiares”. A Secretaria Municipal de Saúde de Niterói e o Hospital Getulinho disseram que lamentam profundamente o assassinato da técnica de enfermagem, que trabalhava na clínica no plantão da noite e “sempre foi comprometida, competente e prestativa”. A pasta e a unidade de saúde ressaltaram que “repudiam qualquer ato de violência contra a população LGBTQIA+ e se solidarizam com a família e os amigos da funcionária pela perda irreparável”.

    Fonte: O DIA
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