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Família de mulher trans morta na Baixada vê conexão do assassinato com crime ocorrido em 2021

Júlia Nicolly Moreira, uma mulher corajosa, quase teve sua vida interrompida em julho de 2021. Naquele momento, ela foi brutalmente esfaqueada dentro de sua casa, em Belford Roxo, por um homem com quem mantinha um relacionamento amoroso, motivado por ciúmes. Se não fosse pela rápida intervenção de um vizinho que ouviu seus gritos, a tragédia poderia ter sido ainda maior. Esse vizinho agiu prontamente, mantendo o agressor em cárcere até a chegada da polícia, que o prendeu em flagrante.

Infelizmente, a família de Júlia teme que esse mesmo homem esteja envolvido em sua morte recente, ocorrida na última terça-feira. Crianças que brincavam nas proximidades da casa dela testemunharam dois homens deixando o local no carro que Júlia costumava usar. Intrigados com a situação, os pequenos chamaram seus pais. Ao entrarem na residência, encontraram Júlia amordaçada e com múltiplas marcas de facadas, principalmente no pescoço, pulmão e costas.

Júlia era uma mulher determinada, assumindo sua identidade feminina há cerca de seis anos. Ela venceu as dificuldades e recebeu o apoio amoroso de sua família em sua jornada de transição, que incluiu a implantação de próteses de silicone nos seios e o uso de maquiagens.

Seu irmão, Thiago Moreira, inicialmente teve dificuldade em aceitar a transformação de sua irmã, mas, com amor e compreensão, eles se acertaram. Ele compartilha com carinho as memórias de sua relação especial com Júlia.

Júlia era uma talentosa técnica de enfermagem, dedicando-se ao trabalho em dois hospitais: o Hospital Getúlio Vargas Filho (o Getulinho), em Niterói, e o Hospital da Mulher de São João de Meriti, na Baixada. Ela também prestava serviços ocasionalmente na Organização Social Ideias. Sua morte foi profundamente lamentada pelas instituições de saúde em que trabalhava.

Sua irmã, Laura Moreira, sente intensamente a dor da perda de Júlia, descrevendo-a como uma luz em todos os lugares que passava, espalhando alto astral e nunca deixando o ânimo cair. Determinada a preservar a memória da irmã e evitar que ela se torne apenas uma estatística, Laura promete honrar a vida e a luz de Júlia, mantendo sua lembrança viva.

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