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    Apenas neste semestre, mais de 2 mil colégios municipais foram fechados por conta da violência

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    Rio – Um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Educação (SME) revelou que, somente no primeiro semestre deste ano, 2.129 escolas municipais ficaram fechadas devido à constante violência armada que assola a cidade do Rio de Janeiro. Esse número representa um aumento de quase 100% em relação ao mesmo período de 2022.

    No primeiro semestre do ano passado, foram registradas 1.078 unidades escolares fechadas, e ao longo de 2022, ocorreram 2.128 fechamentos, número ainda inferior ao primeiro semestre de 2023.

    Daniel Hirata, professor de sociologia e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressaltou que os impactos no sistema escolar são reflexos do aumento de conflitos armados na cidade. Ele também mencionou uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a segurança eficaz nos perímetros escolares e questionou quais providências estão sendo tomadas para resolver a situação.

    Hirata explicou sobre as consequências da falta de uma política de segurança assertiva, destacando que além do acesso às escolas, a insegurança pública também impacta outras dimensões da vida coletiva no Rio, como a saúde e a rotina diária das pessoas.

    No total, cerca de 160 mil alunos foram afetados pela violência armada em 2022, com 405 unidades escolares tendo pelo menos um dia letivo interrompido. Já em 2023, foram 163.386 jovens afetados e 500 escolas com um dia de aula perdido.

    O secretário de Educação, Renan Ferreirinha, destacou a preocupação com uma geração de alunos que está tendo seu ensino prejudicado pela insegurança e confrontos armados. Ele mencionou o programa “Acesso Mais Seguro”, que busca garantir a segurança de alunos e da comunidade escolar, mas reconheceu que o crescimento da violência armada compromete o programa pedagógico.

    O especialista em segurança pública, José Bandeira, analisou os números divulgados pela SME e enfatizou a necessidade de investir em ferramentas de inteligência e investigações para impedir a entrada de drogas, armas e munições nas comunidades conflagradas. Ele também ressaltou a importância de implementar uma política pública de saúde mental para os jovens que estudam em escolas em áreas de risco.

    Ferreirinha acrescentou que é surreal para as escolas viverem diariamente em um cenário incerto, com a preocupação de saber se conseguirão abrir as unidades escolares todos os dias. Ele enfatizou que essa situação não pode ser considerada normal e destacou que é necessário focar no aprendizado em vez de se preocupar com a abertura das escolas.

    A situação da violência armada no Rio de Janeiro tem apresentado desafios significativos para o sistema educacional da cidade, exigindo soluções mais efetivas para garantir a segurança dos estudantes e possibilitar o acesso à educação de qualidade.

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