Pedro em treino nesta terça. Foto: Flamengo
A volta de Pedro aos treinos do Flamengo sem qualquer conversa com Sampaoli foi vista pelo clube como parte de um processo natural. A diretoria entende que o jogador está digerindo a agressão, e que aos poucos a relação pode se refazer entre técnico e jogador.
Pedro poderia ter treinado em separado do elenco, mas preferiu se reintegrar em seu retorno. Só que não houve pedido de desculpas de nenhuma das partes, muito menos uma conversa para aparar arestas entre o jogador e Sampaoli.
O atacante não tem pretensões de ser amigo do técnico, mas esperava que ele, como líder e chefe da comissão técnica, viesse ao seu encontro para se retratar sobre a agressão do preparador físico Pablo Fernández, que é amigo pessoal de Sampaoli.
É esse o roteiro do que Pedro chama de covardia psicológica. Após o jogo contra o Grêmio, o técnico ainda minou o jogador com um comentário preconceituoso sobre sua fé, um valor inabalável para o atacante. “Você é muito religioso. Tem que brigar mais pela vaga”, pediu Sampaoli.
A relação por enquanto é intermediada pela diretoria. O vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel adotam tom conciliador e tranquilo e entendem que Pedro vai precisar de tempo para superar o incidente ocorrido. O clube sabe que a situação não é simples, por isso fez questão de dar apoio a o atleta para sua volta, que pode acontecer amanhã, contra o Olímpia, pela Libertadores.
Sampaoli, por sua vez, tem um perfil mais explosivo, até distante dos atletas de forma geral no dia a dia. E não é característica sua uma relação mais calorosa, paternalista, mais típica de técnicos brasileiros. Por isso, o Flamengo também pondera que ele precisará de tempo para agir de sua maneira.
Fonte: EXTRA