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    Novo caso na Austrália: dono de empresa demite três funcionários após monitorar login e ligações em home office

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    Um empresário australiano, cujo nome não pode ser revelado por questões legais, conseguiu solucionar o problema de sua equipe, que ele suspeitava estar “enrolando” durante o home office, ao rastrear seus registros de chamadas por conta própria.

    Como diretor de uma empresa que prefere não ser mencionada, percebeu que algo estava errado quando a interação nas conversas de trabalho diminuiu, as respostas por e-mail se tornaram mais lentas e um número crescente de chamadas não era atendido.

    “O intervalo entre as chamadas estava se tornando mais longo”, explicou ele, referindo-se a três membros da equipe de vendas que posteriormente demitiu, de acordo com um relato do site “News.com”. Esse caso chamou a atenção após a repercussão da demissão de Suzie Cheikho, da seguradora IAG, também na Austrália, por ter sido monitorada pela empresa e constatado que ela pouco utilizava o teclado de seu laptop durante o trabalho em casa.

    “Em vez de uma ligação a cada 15 minutos, passou a ser a cada 20 minutos e, depois, a cada meia hora. E, então, houve intervalos de duas horas sem nenhuma atividade. Isso indicava a ausência da equipe. Começou pequeno, mas a ausência se tornou cada vez mais significativa”, complementou o proprietário da empresa.

    A companhia, que atende clientes em todo o território australiano, nunca teve um escritório físico.

    “Antes da pandemia de Covid-19, trabalhávamos remotamente com muito sucesso. Entretanto, acredito que houve uma mudança cultural em que as atitudes das pessoas se alteraram e elas passaram a testar os limites do que poderiam fazer. Talvez quisessem alcançar seus colegas que também passaram a trabalhar em casa devido à pandemia”, explicou.

    Embora o empresário nunca tenha se considerado um chefe que monitora de perto sua equipe, ele notou quando as pessoas estavam cumprindo suas tarefas com base na produção e nos resultados concretos. Contudo, ao perceber um atraso progressivo nas respostas e uma crescente falta de contato entre alguns colaboradores cujas funções dependiam de chamadas telefônicas, começou a ter dúvidas.

    “Tínhamos algum monitoramento por meio do nosso software de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM), o Pipedrive”, revelou.

    O Pipedrive é uma plataforma baseada em nuvem que essencialmente age como um calendário avançado, onde a equipe pode inserir tarefas, lembretes e agendar ou registrar chamadas. O empresário começou a investigar as entradas da equipe que ele suspeitava não estarem trabalhando adequadamente.

    “Normalmente, um vendedor provavelmente faria entre quatro e dez chamadas por hora”, explicou o empresário australiano.

    “Alguém poderia ligar, estar ocupado e dizer que retornaria a ligação em meia hora. Isso seria registrado como uma chamada de um minuto. Depois, poderiam ter outra conversa que duraria entre cinco e dez minutos. Em cada chamada, a equipe deveria deixar uma nota, mas essas anotações começaram a não acontecer. Nada estava sendo registrado”, acrescentou.

    Após investigações mais detalhadas, ele descobriu que não apenas as chamadas não estavam sendo registradas, mas muitas eram “chamadas fantasmas”, ou seja, entradas falsas.

    Ao longo de 18 meses, ele tomou a decisão de demitir três funcionários após analisar seus registros de chamadas e constatar que não estavam realizando um trabalho adequado em casa.

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