Fotos: Marcos Fabricio
O Cine Henfil exibiu na quinta-feira (10/08), semana em que o assassinato da juíza Patrícia Acioli completa 12 anos, o documentário “Patrícia Acioli – Juíza do Povo”. Em parceria com a Universidade Vassouras, a sessão foi sucedida de um debate com o diretor do filme, o jornalista Humberto Nascimento e o desembargador João Batista Damasceno, com a participação de alunos do curso de Direito da universidade.
O assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 2011, chocou o país, afrontou a democracia e a independência do Poder Judiciário e colocou na prisão os 11 assassinos, todos policiais militares de São Gonçalo, cidade onde ela era juíza criminal, na região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O documentário resgata personagens e memórias, traz imagens e histórias inéditas sobre a magistrada morta em frente à sua casa, em Piratininga, Niterói, também Região Metropolitana do Rio de Janeiro. E a obra levanta ainda uma reflexão: o que mudou na política de segurança pública mais de uma década após o crime? O longa tem música de Arnaldo Antunes ‘O Real Resiste’.
“Patrícia Acioli – Juíza do Povo”
O professor do curso de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), João Batista Damasceno, falou sobre a importância de levar este documentário para aqueles que estão iniciando o curso. “Trazer um filme como esse para os alunos é importante porque nos leva à reflexão sobre uma questão que é fundamental para a toda a sociedade, que é Justiça. Patrícia Acioli, além de ser uma colega de trabalho e uma amiga, tinha um compromisso com os excluídos e com a Justiça e ela foi eliminada por isso”, afirmou.
O estudante Ricardo Nunes, de 38 anos, ficou emocionado em conhecer a história e o trabalho da juíza. “Queria ver cada momento, cada detalhe, porque a gente vê a importância que ela tinha na sociedade e infelizmente caiu no ‘sistema’. Depois da Patrícia, acredito que não teve nenhuma outra com o perfil parecido”, disse o estudante do 1º período do curso de Direito na Universidade Vassouras, aprovado pelo programa Passaporte Universitário, oferecido gratuitamente pela Prefeitura. “Achei fantástico um cinema público exibir um documentário como este. Se na primeira semana de aula temos essa oportunidade, isso me faz mergulhar ainda mais de cabeça nos estudos”, complementou.
Também aluna do 1º período do curso, Luiza Nunes, de 23 anos, opinou sobre o filme. “Foi um documentário muito marcante e inspirador para nós, estudantes de Direito, e mostra muito a humanidade da profissional. A trajetória dela é bonita, mas é difícil combater o ‘sistema’”, declarou a jovem que também foi aprovada pelo Programa Passaporte Universitário. “Esse contato que temos é muito bom, porque não ficamos só restritos à faculdade. Isso é gostoso, transforma em crescimento e amadurecimento, porque não é só assistir a um documentário. É sobre estarmos aqui aprendendo”, finalizou.
Sobre o cinema
Administrado pelo Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP), o Cinema Público Municipal Henfil tem capacidade para 200 pessoas, sendo 190 com assentos comuns, quatro para pessoas obesas, quatro para cadeirantes e outras duas para pessoas com mobilidade reduzida, além de moderno equipamento cinematográfico com tela e projetor de áudio e vídeo. O Cine Henfil fica na Rua Alferes Gomes, 390, Centro de Maricá, e funciona de terça a domingo, com sessões infantis e adultas.
O CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos e não-partidária, que desde 1986 se dedica ao fortalecimento da cidadania por meio da educação e da comunicação.