Dados em nuvem revelam que Mauro Cid tentou vender joias nos EUA. Foto: Bruno Spada/Agência Câmara
A Polícia Federal (PF) abriu uma operação na manhã desta sexta-feira, 11, para investigar suposto grupo que teria vendido bens entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais.
Entre os alvos da investigação, estão Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e seu pai, o general Mauro César Lourena Cid. Além deles, o advogado Frederick Wassef, responsável pela defesa de Bolsonaro e familiares em diversas ocasiões, também é alvo.
Segundo a PF, o grupo sob suspeita teria vendido presentes de alto valor recebidos por representantes do País e depois incorporado os valores em seu patrimônio por meio de laranjas e sem usar o sistema bancário, “com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos montantes”.
Batizada Lucas 12:2, a operação vasculha quatro endereços em Brasília (2), São Paulo e Niterói (RJ). São investigados supostos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes no bojo do inquérito das milícias digitais.
De acordo com a PF, o nome da ofensiva faz alusão a versículo da Bíblia que diz: “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
Dados em nuvem de celular
A Polícia Federal encontrou gravações indicando que Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, negociou e vendeu jóias não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos. A polícia vai requisitar o envio da documentação comprobatória das negociações e venda das jóias que estavam em poder de Mauro Cid às autoridades americanas.
A revelação se deu quando os investigadores tiveram acesso ao armazenamento em nuvem a partir do celular do militar. As joias, segundo o blog de Valdo Cruz, foram negociadas no período em que Mauro Cid esteve na Flórida em companhia do ex-presidente Jair Bolsonaro no início de 2023, numa viagem que eles fizeram dois dias antes da posse do atual presidente Lula.
Fonte: O Dia.