Nesta sexta-feira (11), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que tem como alvos Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente do Exército, o general do Exército Mauro Cesar Lorena Cid, pai do também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, e o advogado Frederick Wassef, que já atuou como defensor da família Bolsonaro.
Em comunicado, a PF informou que está cumprindo quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói (RJ). De acordo com as investigações da PF, os suspeitos são acusados de usar a estrutura estatal para desviar bens de alto valor patrimonial através de vendas no exterior. Esses bens eram presentes entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro.
“Através dessas vendas, os valores foram convertidos em dinheiro em espécie e incorporados ao patrimônio pessoal dos investigados, utilizando pessoas interpostas e evitando o sistema bancário convencional, a fim de ocultar a origem, localização e propriedade desses valores”, ressaltou a PF.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito sobre milícias digitais. O documento do STF faz menção específica ao caso das joias recebidas da Arábia Saudita em outubro de 2021. Essas joias foram presentes para o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, e chegaram ao país durante uma comitiva do Ministério de Minas e Energia, que participou de eventos oficiais no Oriente Médio.
O ministro Moraes determinou a busca e apreensão de diversos itens, incluindo dispositivos eletrônicos, documentos físicos e arquivos relacionados às atividades ilícitas. Além disso, ordenou que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) entregue todos os documentos que embasaram os processos de destinação de bens para o acervo privado de Bolsonaro no prazo de cinco dias.
A operação, batizada de “Lucas 12:2” pela PF, faz referência ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a ser conhecido”. Segundo a PF, os fatos investigados caracterizam crimes de peculato e lavagem de dinheiro.