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As administradoras também notaram uma mudança no perfil das reclamações nos últimos anos. Antes, as ocorrências se baseavam nos chamados “5 Cs”: cachorro, criança, carro, cano d’água e calote. Agora, um outro fator tem ganhado destaque entre os conflitos envolvendo moradores: o barulho.
A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo estima que durante a pandemia houve um aumento de pelo menos 300% nas reclamações de brigas em condomínios. O número de casos está voltando ao normal, mas ainda há casos graves.
Em Guarulhos (SP), imagens de câmeras de segurança mostraram uma síndica sendo agredida por uma moradora. Outros moradores e o porteiro tentam ajudar a separar a briga. A síndica fez exame de corpo de delito e registrou boletim de ocorrência.
Moradora de prédio agrediu síndica em Guarulhos (SP) — Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil
Já em Belo Horizonte, o porteiro de um prédio flagrou o convidado de uma festa urinando em um muro do edifício. O organizador do evento, que é morador, agrediu o funcionário com um tapa.
Morador de prédio que organizava festa agrediu porteiro com um tapa — Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil
Em Vitória, um caso teve consequências ainda piores. Em abril deste ano, o músico Guilherme Rocha foi reclamar do som alto da festa de um vizinho, o policial militar Lucas Torezani. Houve uma discussão entre os dois, e segundo testemunhas, o PM atirou em Guilherme, que não resistiu.
Discussão entre músico e PM terminou em morte em Vitória — Foto: Reprodução/Bom Dia Brasil
O especialista em condomínios Marcio Rachkorsky acredita que em casos de agressão entre condôminos é necessário tomar medidas enérgicas.
“Na esfera administrativa esse morador tem que sentir no bolso. Ele tem que ser multado, e sempre a multa mais pesada, porque é um comportamento antissocial. Segundo, uma repercussão na área civil. O que é isso? Uma ação de indenização. E talvez o mais importante, na área criminal. Uma queixa crime para apurar injúria, calúnia, difamação, lesões corporais. E aí certamente esse morador vai pensar dez vezes antes de fazer alguma coisa covarde dessa”, recomendou.
A reportagem não conseguiu contato com o morador de Belo Horizonte que foi filmado agredindo o porteiro com um tapa no rosto.
Já a moradora de Guarulhos (SP) que agrediu a síndica, por sua vez, disse que o advogado dela iria se posicionar, mas a reportagem do Bom Dia Brasil não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
No caso de Vitória, a defesa do PM Lucas Torezani informou que vai recorrer da decisão de manter a prisão preventiva do policial e que, no momento oportuno, será esclarecida a realidade dos fatos.
Fonte: g1