Um incidente ocorreu na última terça-feira, 22 de agosto, quando um policial civil de folga foi flagrado utilizando sua arma em um condomínio situado na Rua Lins Vasconcelos, no bairro Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro. O episódio envolveu entregadores de aplicativos que alegam que uma de suas colegas foi maltratada após cometer um erro de endereço e recusar-se a fazer a entrega no apartamento indicado. O policial, por sua vez, relatou à Polícia Militar que se sentiu ameaçado e sacou sua arma como precaução contra possíveis agressões.
O acontecimento foi registrado pelo próprio agente na 26ª Delegacia de Polícia (Todos os Santos). Um vídeo do incidente mostra o policial retirando uma pistola de sua cintura e apontando-a em direção ao portão do condomínio onde os entregadores estavam. Em um trecho do vídeo, ele é ouvido dizendo “Vou ter que matar um”. Logo em seguida, ele guarda a arma e pega seu celular. Pouco depois, a Polícia Militar chega ao local.
Um dos entregadores presentes relatou que a colega contatou o cliente para esclarecer o endereço correto, visto que os aplicativos por vezes apresentam erros de localização. No entanto, ela teria sido alvo de ofensas por parte do cliente. A situação levou os colegas a se reunirem para entender o ocorrido e pedir respeito ao agente. Isso desencadeou um confronto verbal, no qual o policial sacou sua arma, ameaçando os entregadores. Os trabalhadores expressaram seu desejo por justiça e manifestaram sua indignação por terem sido tratados com desrespeito.
É relevante destacar que os entregadores não são obrigados a subir até os apartamentos dos clientes, conforme as políticas do Ifood.
A Polícia Militar confirmou que recebeu um chamado para uma ocorrência de ameaça envolvendo um homem que se identificou como delegado da Polícia Civil. Chegando ao local, a polícia observou entregadores de aplicativos bastante exaltados em frente à residência do agente. Durante a confusão, o policial sacou sua arma, alegando temer por sua integridade física. Ambas as partes foram levadas à 26ª Delegacia de Polícia, onde o caso foi oficialmente registrado.
A Polícia Civil informou que está investigando o incidente para esclarecer o conflito entre o usuário e os entregadores de aplicativos de entrega. A empresa Ifood, por sua vez, repudiou qualquer forma de agressão e afirmou que bloqueou o cliente em questão da plataforma. A empresa está buscando contato com a entregadora afetada para prestar o apoio necessário. Vale ressaltar que o Ifood oferece uma Central de Apoio Jurídico e Psicológico para seus entregadores, visando combater a discriminação e garantir respeito e justiça.
Em relação às entregas, o iFood destaca que a responsabilidade do entregador é levar o pedido até o primeiro ponto de contato na residência, geralmente a portaria do condomínio. Não há obrigação de subir nos apartamentos, embora seja recomendado aos clientes descerem para receberem suas entregas. A empresa também dispõe de uma Central de Apoio Jurídico para lidar com situações em que os entregadores enfrentam violência durante o trabalho.
