Foto: Reprodução: Instagram/mcmarcinho
Marcio André Nepomuceno Garcia, o MC Marcinho, morreu aos 45 anos, na manhã deste sábado, no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, em decorrência da falência múltipla de órgãos. A informação foi confirmada pela unidade de saúde através de um comunicado.
“O Hospital Copa D’Or confirma com pesar a morte da paciente Marcio André Nepomuceno Garcia na manhã deste sábado(26), às 9h10, em decorrência da falência múltipla de órgãos. O hospital se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda”, informa a nota.
Portador de cardiopatia e doença renal crônica, o cantor estava internado desde o dia 27 de junho e sofreu uma parada cardiorrespiratória em 11 de julho. O funkeiro foi diagnosticado com uma infecção generalizada e teve uma piora em seu quadro de saúde desde a última segunda-feira. O artista havia passado por uma cirurgia para implante de um coração artificial e aguarda pelo transplante do órgão real, mas foi retirado da fila por não ter condições de ser submetido ao procedimento.
Conhecido como o “Príncipe do Funk”, Marcinho foi um dos precursores do funk melody e é dono de hits que marcaram as décadas de 1990 e 2000, entre eles “Glamurosa”, “Rap do Solitário” e “Garota Nota 100”. A última ganhou ainda mais projeção recentemente, ao ser incluída na trilha sonora da novela “Vai na Fé”, da TV Globo, como a música-tema de Sol (Sheron Menezzes) e Ben (Samuel de Assis).
Marcinho deixa cinco filhos: Matheus e Marcelly, de 23 anos, Sara, de 22, Marcelo, 21, e Marcinho, de 16. Em junho deste ano, foi anunciado o fim do casamento do cantor com Kelly Garcia, depois de 20 anos juntos. Kelly revelou a separação em postagem nas redes sociais, três dias antes do funkeiro ser internado. O divórcio foi oficializado no último domingo (20).
Sucesso no funk carioca
Marcio André Nepomuceno Garcia nasceu em 11 de novembro de 1977, cria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Passou por profissões que vão de ajudante de pedreiro a vendedor de picolé antes de iniciar a carreira musical em 1993, lançando a música “Rap do Solitário”. Em 1997, gravou o álbum “Porque Te Amo”, em parceria com a funkeira MC Cacau, com quem namorava na época.
O primeiro disco solo veio no ano seguinte, intitulado “Sempre Solitário”, com produção de DJ Marlboro. O álbum trazia a faixa “Garota Nota 100”, que se tornou um dos grandes sucessos na carreira de Marcinho posteriormente.
Popular por seus funks românticos, o MC manteve distância das letras mais explícitas que surgiram no início dos anos 2000 em seu álbum “Falando com as Estrelas” (2002), com “Funk da Antiga” e “Glamurosa”. Os versos “Se quiser falar de amor, fale com o Marcinho” alavancaram a carreira do funkeiro, que até então não ganhava o suficiente para viver da música. A letra do hit foi inspirada por ninguém menos que Xuxa Meneghel, uma das responsáveis pelo sucesso de Marcinho e pelo apelido de “Príncipe do Funk”.
Saúde
Em abril de 2006, sofreu um grave acidente de trânsito, quando a van de sua equipe colidiu com um ônibus e duas pessoas morreram. O cantor ficou alguns meses internado e chegou a se apresentar usando carreira de rodas após receber alta médica. Em dezembro do mesmo ano, sofreu uma tentativa de assalto no Rio e bandidos atiraram contra o veículo em que Marcinho estava com MC Cacau, sua mulher na época, e o filho.
Em 2012, o cantor foi internado após sentir um mal-estar, sendo diagnosticado com pneumonia. Voltou a ser hospitalizado em 2019, com um princípio de infarto. Marcinho ainda testou positivo para a covid-19, em outubro de 2020, quando teve 80% do pulmão tomado pela doença. Meses depois, chegou a passar quatro dias em coma enquanto tratava uma infecção bacteriana no pé.
Foi em 2021 que MC Marcinho passou pela cirurgia para a colocação de um marca-passo por causa de problemas no coração. Depois do Carnaval de 2022, Marcinho foi internado com água no pulmão ou edema pulmonar. Ele cancelou a agenda de shows e só voltou para casa em março do mesmo ano.
Já em março deste ano, ele foi internado novamente para realizar a troca do marca-passo, quando movimentou a web com um apelo, depois de passar mais de uma semana na espera para que a empresa responsável por seu plano de saúde autorizasse o procedimento. Famosos como Ludmilla, Pocah, Naldo e Buchecha foram alguns dos nomes que cobraram um posicionamento da empresa na época.