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Após festa na areia, saída do show de Alok em Copacabana foi marcada por tumultos e transportes lotados

Volta pra casa com pontos e ônibus lotados ao final do show do DJ Alok — Foto: João Vitor Costa

Anunciado como “show do século”, a performance do DJ Alok resistiu à chuva, empolgou moradores e turistas, levou samba, rock, MPB, pop, funk e festa de luzes, além de homenagem ao MC Marcinho, que morreu neste sábado por complicações no coração. O espetáculo, de pouco mais de duas horas, foi uma celebração aos 100 anos do Copacabana Palace e, de quebra, serviu como comemoração do aniversário do músico, que completou 32 anos neste sábado. A multidão, que compareceu em número abaixo do esperado — provavelmente por causa do mau tempo na cidade o dia inteiro — se manteve firme apesar dos casos de furto, roubo e arrastões, ainda não contabilizados pela polícia.

O final do espetáculo, às 22h20, foi marcado por tumulto e transportes lotados. Ônibus em direção à Zona Norte, por exemplo, circularam com passageiros prensados. As linhas 483 (Ipanema X Penha) e 474 (Copacabana X Jacaré) chegaram a se locomover com as portas abertas, tamanha a lotação. Outros, circulavam até com letreiros apagados, passando direto pelos pontos. Na Rua Barata Ribeiro, os lotados eram os em direção à Zona Oeste, rumo à Barra e ao Recreio.

A Av. Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais do bairro, teve trânsito após o desfecho do espetáculo. No percurso entre as ruas Figueiredo Magalhães e Ronald de Carvalho, transversais a ela, os motoristas levaram mais de meia hora para percorrer o pequeno trecho que, a pé, é feito em até 15 minutos.

Volta pra casa com pontos e ônibus lotados ao final do show do DJ Alok — Foto: João Vitor Costa

Quem voltou para casa de metrô enfrentou filas na entrada da estação Siqueira Campos, indicada como a principal para acesso ao evento. Já na Cardeal Arcoverde, também em Copacabana, o público conseguiu chegar ao transporte sem dificuldades. Já os que optaram pelos carros de aplicativo, com preços abaixo do esperado, abrigaram-se embaixo de marquises para se proteger da chuva enquanto o motorista não chegava.

Furtos, roubos e arrastões

Na internet, vídeos e fotos denunciaram os furtos, roubos e arrastões durante o evento. Em dado momento, parte da areia em frente ao palco ficou com um “buraco”, já que o público se afastou e buscou abrigo próximo aos quiosques da orla.

Os arrastões foram protagonizados por grupos de homens e menores de idade, em maioria. Os relatos de vítimas se intensificaram próximo ao final do show. Ao menos três pessoas apareceram com sangramento no rosto, relatando violência por parte dos criminosos, que chegaram a derrubar alguns presentes na intenção de pegar celulares e outros itens de valor. Eles aconteceram apesar do esquema de segurança montado pela Polícia Militar, que reforçou o policiamento e montou pontos de revista nos acessos à praia de Copacabana.

— Quando cheguei, fui pela areia e quanto mais perto do palco eu estava, mais correria eu via. Os camelôs começaram até a pegar o pau das barracas e a bater nos ladrões — revela Ana Paula de França, de 38 anos, nervosa após presenciar alguns furtos: — Vi um rapaz com corte no rosto e, em dado momento, abriu um vão no chão e ficaram algumas pessoas agitadas, procurando algo.

Desde às 18h deste sábado, policiais militares e guardas municipais realizaram rondas pela orla e abordaram uma série de grupos suspeitos de realizar ataques contra quem foi curtir a festa. Por volta das 19h, a PM apreendeu quatro rapazes apontados como autores de um furto de celular. O grupo estava na areia quando a vítima percebeu que estava sem celular. Em seguida, ela acionou um agente, que conseguiu interceptar o grupo na pista da Avenida Atlântica.

Por volta das 22h30, um casal procurar a 12ª DP depois de ser agredido e ter um celular roubado. De acordo com Sheila Fernandes, que mora na Alemanha há um ano e meio, ela e o marido ( no país pela terceira vez) chegaram à praia por volta de 21h30 quando foram cercados por cerca de cinco rapazes. Durante a ação, o marido levou socos e chutes:

— Apesar de tudo, ele está bem, mas meu celular foi roubado dentro do meu bolso. Foi tudo muito rápido. Não deu para fazer nada. Eles só pararam de bater no meu marido quando conseguiram pegar meu celular. Agora estou aqui tentando cancelar todas as senhas de aplicativos de bancos. Foi uma situação horrível ter que passar por isso.

Um turista cadeirante de São Paulo estava na área reservada para pessoas com deficiência gravando o show quando foi furtado. Luiz Carlos dos Santos estava acompanhado de um amigo, também cadeirante, e contou na delegacia que o clima de animação se transformou em decepção:

— Estava com tudo programado. Iriámos passar uns dias curtindo o Rio, mas o clima acabou —desabafou.

Procurada, a PM ainda não se manifestou.

Fonte: Extra.

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