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    Investigado pela morte de jovem na Rocinha aparece amarrado após suposta agressão

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    Um vídeo compartilhado nas plataformas de mídia social registra o instante em que Gabriel de Oliveira Leal, de 22 anos, sob investigação no caso envolvendo o falecimento de Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos, é observado emergindo de uma van com as mãos amarradas, cercado por agentes policiais civis, na noite da última terça-feira (29), na comunidade da Rocinha, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Familiares da vítima alegam que o jovem foi alvo de agressões perpetradas por traficantes da região e obrigado a prestar declarações na delegacia relacionadas ao incidente.

    A Polícia Civil está conduzindo uma investigação para determinar se Jenifer foi vítima de um caso de feminicídio envolvendo Gabriel, ou se possivelmente foi um suicídio. Na segunda-feira (28), o corpo de Jenifer foi descoberto com um ferimento de tiro no peito, dentro da residência que compartilhava com o namorado. Até o momento, é sabido que a arma utilizada na cena do crime pertencia a Gabriel. O armamento foi confiscado e passou por análise pericial.

    O indivíduo sob investigação prestou depoimento logo após o suposto episódio de agressão e foi submetido a um exame residuográfico, procedimento que visa identificar vestígios de elementos metálicos, como chumbo e cobre, em suas mãos e roupas. Em seguida, ele foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto para tratamento de ferimentos, sendo posteriormente liberado.

    A delegada Flávia Goes Monteiro, que lidera o caso na 11ª Delegacia de Polícia (Rocinha), informou que tanto a possibilidade de feminicídio quanto a de suicídio ainda estão sendo consideradas. O caso permanece em investigação e aguarda os resultados das análises periciais.

    No seu depoimento, Gabriel relatou que ambos tiveram uma discussão horas antes da tragédia, mas afirmou que estava dormindo no mesmo quarto que Jenifer e que acordou somente com o som do disparo. No entanto, a família da vítima contesta essa versão e compareceu à delegacia na quarta-feira (30) para esclarecimentos adicionais.

    A família de Jenifer acredita firmemente que ela foi vítima de feminicídio. Segundo a avó da jovem, Thaina Leandro Paes, Gabriel demonstrava comportamento agressivo e havia mantido Jenifer em cativeiro por cerca de um mês. “Eu a criei, todos a amavam. Ela era afetuosa, educada e dedicada aos estudos. Já se passaram 4 meses desde que ele a levou, mas apenas 1 mês desde que eles se mudaram para a Rocinha. Foi nesse momento que ele a aprisionou. Ele era doentio de ciúmes”, afirmou.

    Após a tragédia, Gabriel teria entrado em contato com a mãe de Jenifer para relatar o ocorrido de maneira fria. “Ele ligou para minha filha e disse com frieza: ‘Venha buscar sua filha, ela está morta'”, relatou Thania.

    A avó também revelou que Jenifer estava desconectada da família e que a última vez que ela se comunicou com o pai foi para pedir dinheiro para comida. “O pai fez uma transferência para ela. Logo em seguida, ele quebrou o celular dela para que ela não pudesse se comunicar com a família. Foi então que ela compartilhou o número do celular do irmão com uma amiga, o que nos permitiu saber do falecimento”, explicou.

    De acordo com Thaina, o suspeito teria forjado a cena para dar a impressão de que a vítima havia cometido suicídio. “Eu, minha filha e o pai fomos até lá, e quando chegamos, nos deparamos com o corpo dela na cama, com um ferimento de tiro no peito. Aquele covarde a agrediu antes e tentou fazer parecer um suicídio”, concluiu.

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