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    Onça-parda é vista pela segunda vez em Maricá

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    Maricá fez o segundo flagrante de imagens de uma onça-parda circulando no Refúgio de Vida Silvestre de Maricá (Revis), na região do bairro Espraiado. O registro raro do felino em área litorânea foi feito por armadilhas fotográficas compostas por um conjunto de oito câmeras que já capturaram imagens de mais de 170 espécies de animais, entre mamíferos, aves e roedores. O refúgio é uma área de nove mil hectares, extensão maior que a do município de Armação de Búzios, na Região dos Lagos, e duas vezes maior que o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, que corresponde a 25% do total da cidade.

    As armadilhas fotográficas começaram com a implantação do programa Monitoramento da Fauna Silvestre de Maricá e ganhou reforço este ano com mais cinco câmeras doadas pelo projeto Onças Urbanas, uma cooperação técnica entre o Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o BioParque do Rio de Janeiro. Coordenado pelo biólogo e pós-doutor em ciências ambientais e florestais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Izar Aximofi, o projeto tem o objetivo de monitorar a fauna e fazer um trabalho de educação ambiental com a comunidade do entorno.

    “É gratificante poder trabalhar junto à comunidade a importância desse animal topo de cadeia que vem a enriquecer ainda mais nossas unidades de conservação. Estamos muito felizes de justamente no mês de agosto, quando se comemora o Dia Internacional do Puma (30), ter feito o segundo registro desse felino aqui na nossa região”, disse o subsecretário de Cidade Sustentável de Maricá, Guilherme Di César.

    O refúgio natural fica localizado nas Unidades de Conservação da cidade – também compostas pela Área de Proteção Ambiental Municipal das Serras de Maricá, o Monumento Natural Municipal da Pedra de Inoã e o Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá e Monumento Natural do Morro da Peça.

    Monitoramento de Fauna Silvestre de Maricá (Mofama)

    Por meio do programa de monitoramento da fauna, a Secretaria de Cidade Sustentável levanta dados que são utilizados em pesquisas sobre as áreas naturais protegidas da cidade. Além disso, sua finalidade é também de avaliar a efetividade das áreas naturais protegidas para a conservação da biodiversidade por meio de apanhamento e análise contínua das tendências populacionais de diferentes espécies.

    Até o momento, mais de mil imagens estão sendo analisadas e serão dispostas no relatório de monitoramento, que já identificou a presença de diversos animais silvestres no município, entre eles quatis, tamanduá, sagui, cachorro-do-mato, gambás, pica-pau, jacu (ave) sabiás, morcegos, lagartos, gato-maracajá, esquilo, guaxinim, tatu, entre outros.

    Projeto Onças Urbanas

    Lançado em junho deste ano, o projeto Onças Urbanas foi motivado após o aparecimento da onça parda (Puma concolor) ou suçuruna no fim de 2021 na região de Maricá e chamou a atenção de pesquisadores. A espécie era considerada extinta há mais de um século na área litorânea, onde foi flagrada por armadilhas fotográficas. Segundo maior felino do Brasil, a suçuarana é menor apenas que a onça-pintada.

    “O projeto Onças Urbanas tem o objetivo de conscientizar a população de que é possível animais e humanos viverem sem conflito nas grandes cidades. Vamos monitorar também o macaco bugio, que está ameaçado no Brasil. A população desse primata no Revis quase foi inteiramente dizimada pela febre amarela nos últimos anos. Queremos saber se ela está se recuperando”, explica o biólogo Izar Aximoff.

    Além do Refúgio de Vida Silvestre de Maricá, as câmeras também foram instaladas em áreas do Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro, e Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Niterói. Por meio do mapeamento, haverá uma publicação com todas as localidades onde as onças se encontram no estado.

    Armadilhas fotográficas

    A armadilha é uma câmera fotográfica que é ativada por um sensor de presença. O animal passa na frente da câmera, o sensor identifica e dispara a foto ou vídeo. Elas funcionam com oito pilhas recarregadas, são instaladas nos troncos das árvores e vistoriadas uma vez no mês, dependendo da sequência do disparo. O intuito é distribuir os equipamentos em pontos estratégicos do refúgio para captar, além das imagens de onças-pardas, registros de animais como o macaco bugio, que aparece com frequência na região. Se necessário, os profissionais abrirão novas trilhas para controle total da área.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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