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    Programa inédito oferece implante anticoncepcional a jovens a partir dos 14 anos de graça, no Rio

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    Foto: Roberto Moreyra/Âgencia o Dia.

    Pela primeira vez no Rio de Janeiro, meninas a partir de 14 anos ganharam acesso público e gratuito à aplicação de anticoncepcional subdérmico. Há cerca de um mês, o método contraceptivo, conhecido comercialmente como Implanon, passou a ser oferecido pelo Projeto Acolhe no Ambulatório Médico Especializado Jornalista Susana Naspolini (AME), em Ipanema, Zona Sul da cidade, ligado à Secretaria Estadual de Saúde. Instalada aos pés das comunidades do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho, a iniciativa já chama atenção pela acolhida que vem tendo. No espaço inaugurado no dia 7 de agosto, mais de 420 implantes já foram colocados e a fila para a realização do procedimento já ultrapassa 3.600 mulheres de idades entre 14 e 24 anos.

    A enorme procura levou o agendamento, antes realizado no próprio ambulatório, a ser organizado através do Sistema Estadual de Regulação (SER) e do Sistema de Regulação (SISREG) da prefeitura do Rio. O Projeto Acolhe foi criado pela ginecologista e obstetra Ana Teresa Derraik e, além do implante anticoncepcional, oferece a colocação de dispositivos intrauterinos (DIU) de cobre para mulheres acima de 16 anos. Antes da criação do serviço, o Estado do Rio de janeiro disponibilizava o Implanon somente para mulheres maiores de 18 anos em situação de vulnerabilidade social.

    Palestra e consulta

    Números da gravidez na adolescência — Foto: Editoria de Arte
    Números da gravidez na adolescência — Foto: Editoria de Arte

    O projeto ganhou impulso nas redes, que se refletiu nas longas filas formadas já na sua primeira semana de existência. A estudante Hanna Malta, de 20 anos, correu para o ambulatório assim que descobriu o serviço, por meio de um vídeo no TikTok.

    — Sempre quis colocar o implante, mas era muito caro. Depois que tive filho, aos 18, passei a tomar anticoncepcional, mas com um projeto como esse, que desse orientação, eu, mais nova, com certeza colocaria. Acho isso muito importante, dá acesso a quem não tem condição — afirma a estudante.

    Dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) informam que, em 2022, do total de 180.297 nascidos vivos no Estado do Rio de Janeiro, 777 foram gerados por mães com menos de 15 anos e 19.347 tinham mães entre 15 e 19 anos. Ou seja, 11,16% foram são fruto de gestações precoces. No mesmo ano, na cidade do Rio, segundo a prefeitura, cerca de 9,6% das crianças nascidas vivas na cidade foram filhas de meninas de idades entre 10 e 19 anos. Até o momento, dos 39.478 nascidos vivos em 2023, 3.800 são de mães adolescentes. Os números são 57% menores do que os registrados há 10 anos.

    Para Denise Monteiro, diretora da Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (SOGIA) e professora titular de obstetrícia da Uerj, a redução se deve ao aumento do acesso a informações e à popularização de métodos contraceptivos.

    — Elas têm mais facilidade de acesso aos métodos contraceptivos. Além disso, observo maior participação das mães, que antigamente tinham que ir ao ginecologista escondidas da família e agora não querem que as filhas passem pelo mesmo. O problema da gravidez na adolescência não é obstétrico, é social. Atrapalha o futuro, os estudos, faz com que a menina pule etapas e muitas vivam uma maternidade solitária. Além do julgamento público, as meninas, na maioria das vezes, não têm o apoio do pai do bebê e perdem o suporte da própria família — afirma Denise Monteiro.

    Pesquisadora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, Angelita Carvalho também aponta o aumento da escolaridade como fator para a redução da gravidez na adolescência, além de observar que recortes de raça e classe são importantes para entender o cenário.

    — Projetos como o Acolhe são extremamente importantes, mas não podemos pensar neles sozinhos. É preciso que o Estado entenda a raiz do problema, para permitir que essas meninas, que em sua grande maioria são negras e de classes sociais menos favorecidas, tenham uma perspectiva na qual elas possam planejar suas decisões e aproveitar integralmente as fases da vida. O que as faz engravidar cedo é a falta de oportunidade, a violência e a desigualdade social.

    Fonte: Extra.

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    Sara Celestino
    Sara Celestinohttps://gazeta24horasrio.com.br
    Repórter-fotográfica, atuando na produção de conteúdo com objetivo de compartilhar a melhor informação para manter você bem-informado! E-mail. [email protected]

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