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Polícia apura aproximação entre milícia de Zinho e traficantes da maior facção criminosa do Rio

Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho: polícia apura aproximação com o tráfico — Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Rio apura uma aproximação entre a milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e traficantes do Comando Vermelho ligados a Edgar Alves de Andrade, o Doca da Penha. Os investigadores já sabem da existência de um pacto de não agressão entre as quadrilhas, mas buscam detalhar o acordo entre os criminosos. Nos últimos dias, na comunidade da Chacrinha, na Praça Seca, traficantes ligados a Doca vêm sendo atacados por milicianos ligados a Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho, e Leonardo Luccas Pereira, o Leléo, rivais de Zinho, que tentam retomar a região.

Os milicianos que tentam retomar a Praça Seca contam com o apoio de traficantes de facção criminosa que comanda o tráfico nas favelas Vila do João e Vila do Pinheiro, no Complexo da Maré, e também de bandidos que eram ligados a Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, assassinado em novembro do ano passado.

Segundo informações das polícias Civil e Militar, até a noite dessa sexta-feira, a comunidade da Chacrinha estava dividida entre traficantes e milicianos. Desde o início desta semana, há registros de intensos tiroteios na favela. Nessa sexta, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram uma operação na comunidade para tentar conter os confrontos entre os criminosos.

Desde o início deste ano, a Chacrinha era dominada por traficantes ligados a Doca da Penha. Antes, a comunidade estava nas mãos de milicianos com ligação com Leléo e Macaquinho. A região vive disputas pelo domínio dos territórios há pelo menos uma década.

Mapa da região conflagrada que é alvo de disputas por criminosos e milicanos — Foto: Arte O GLOBO
Mapa da região conflagrada que é alvo de disputas por criminosos e milicanos — Foto: Arte O GLOBO

A ação desta sexta teve como objetivo reprimir a movimentação de bandidos nas áreas e matas da comunidade, usadas como rota de fuga. Um helicóptero deu apoio às equipes. Não houve informações sobre prisões e apreensões. Além do Bope e da Core, participaram da operação o 18º BPM (Jacarepaguá). Equipes da unidade reforçaram o patrulhamento nos principais acessos à Chacrinha e ao Bateau Mouche.

Em nota, a Secretaria municipal de Saúde informou que nessa sexta foi interrompido o atendimento na Clínica da Família Gerson Bergher, em Campinho, após ser acionado o protocolo de acesso mais seguro. Já a Secretaria Municipal de Educação afirmou que, “na região da Praça Seca e nas localidades do Bateau Mouche, Chacrinha e Morro do Fubá, seis unidades escolares foram impactadas pelas operações policiais em curso na área, afetando 1.316 alunos”.

Em redes sociais, moradores da região comentaram a situação na Praça Seca:

“Deus proteja os moradores do bem da Praça Seca”.

“No meu país Praça Seca não tem um dia sem emoção, né? Ô vida”.]

“Nada mais Praça Seca que o águia (helicóptero da polícia) sobrevoando a faixa de Gaza na hora de ir trabalhar”.

Idosa baleada

Na última quarta-feira à tarde, uma idosa de 77 anos foi baleada na Praça Seca. Elisa Vieira Vaz foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campinho. Ela estava lúcida e contou a policiais militares que foi abordada por bandidos numa moto que disseram ter atirado porque o pisca-alerta de seu carro não foi ligado.

A abordagem à vítima ocorreu por volta das 16h30. Elisa passava pela Estrada da Chácara quando recebeu uma ordem de parada dos criminosos. Logo depois, ela ouviu tiros e percebeu que estava sangrando no pescoço. Ela foi transferida para o Hospital Salgado Filho e teve alta após receber atendimento.

Fonte: EXTRA

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