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    Menina de 7 anos tem sapato atingido por tiro durante perseguição policial

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    Após os disparos durante a perseguição, os policiais prenderam dois suspeitos. Foto: Divulgação / PRF

    Uma bala perdida atingiu, nesta terça-feira (19), o sapato de uma menina de 7 anos, durante uma perseguição policial na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Irajá, Zona Norte do Rio. Segundo a Polícia Civil, os disparos foram realizados por criminosos e a criança, que estava dentro de um carro, não ficou ferida.

    Nesta terça-feira, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Civil realizavam mais uma fase da Operação Torniquete, que tem o objetivo de prender responsáveis por roubos de veículos. Por volta das 13h20, após três semanas de investigação e monitoramento, os policiais fizeram um cerco tático nas principais vias da Rodovia Presidente Dutra, próximo da saída para a Linha Vermelha, no sentido Rio.

    Ao identificarem o carro monitorado, os agentes deram ordem de parada, mas os homens não respeitaram. Desde então, começou uma perseguição que se estendeu até a Rua Itapera, perto do Shopping Via Brasil, em Irajá, onde os suspeitos abandonaram o veículo. Segundo a polícia, neste momento, os homens começaram a atirar contra as equipes.

    Em meio aos disparos, um projétil acertou o sapato da criança de 7 anos, que estava dentro do carro com seu pai. As polícias afirmam que a menina não ficou ferida.

    No local, um dos suspeitos escapou, mas Raphael dos Santos e Ryan da Cruz foram presos. Com eles, uma pistola, uma réplica de arma de fogo, munições, touca ninja e um “jammer”, que bloqueia sinais, foram apreendidos.

    Em nota, a PRF informou que os agentes não efetuaram disparos na ação, “devido à grande quantidade de pessoas que passavam pela rua”. Segundo a Polícia Civil, os presos admitiram que o carro era roubado e que tinham o objetivo de levar o veículo para a Vila do João, na Zona Norte.

    De acordo com as investigações, a quadrilha da Vila do João é especializada em roubos de automóveis de grande valor, principalmente blindados. Além disso, o grupo já é investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) por diversos roubos na Linha Vermelha, Linha Amarela e Rodovia Presidente Dutra.

    Raphael dos Santos e Ryan da Cruz foram levados para a DRFA, na Cidade da Polícia, onde ficarão à disposição da Justiça.

    Menina baleada durante ação da PRF

    No último dia 7, H.S.S, de 3 anos, voltava da casa dos avós, em Itaguaí, na Região Metropolitana, quando o carro da família foi alvo de tiros de agentes da PRF. Em depoimento, um dos policiais relatou que iniciou a perseguição após identificar que o veículo era fruto de roubo e admitiu ter atirado três vezes com um fuzil calibre 556. Um destes disparos acertou a menina.

    A menina morreu neste sábado (16), após ficar nove dias internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), a causa do óbito foi lesão no encéfalo por projétil de arma de fogo. A menina sofreu duas paradas cardiorrespiratórias desde que deu entrada na unidade – a segunda foi irreversível. A criança foi sepultada neste domingo (17), em Petrópolis, na Região Serrana.

    William da Silva, pai da menina, disse que não houve ordem de parada, mas os policiais começaram a ficar muito próximos de seu carro, naquela noite do dia 7. Ele decidiu, então, estacionar no acostamento e, quando já estava quase parado, os agentes atiraram. Uma testemunha, que estava próxima ao local, disse que o carro não tentou fugir da abordagem. William esclareceu que adquiriu o veículo há dois meses e que os documentos ainda estão no nome do antigo proprietário.

    Já no último sábado (16), o MPF pediu a prisão dos três policias rodoviários federais acusados de envolvimento na morte da criança. O trio estava afastado das ações operacionais desde o início das investigações. Segundo a PRF, a decisão foi tomada para que os policiais pudessem ser atendidos e passassem por avaliação psicológica.

    No entanto, nesta segunda-feira (18), a Justiça Federal do Rio de Janeiro negou o pedido de prisão. Na decisão, o juiz acatou outras medidas cautelares: os policiais Fabiano Menacho Ferreira, autor dos disparos que atingiram a criança, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva terão que usar tornozeleira eletrônica.

    *Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Iuri Corsini

    Fonte: O DIA

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