Ícone do site GAZETA 24HORAS RIO

Professora do Pedro II levou 3 tapas de aluna, que cobrou R$ 5 de colegas por ‘aposta’; agressão foi motivada por desafio da web

Colégio Pedro II: caso de violência revoltou professores — Foto: Marcelo Theobald/06.03.2018

A professora de inglês agredida no Colégio Pedro II levou três tapas na cabeça de uma aluna. De acordo com um documento assinado pelo diretor da unidade, Ricardo Miranda, a agressão foi resultado de uma aposta de R$ 5 com dois colegas, que estavam rindo da situação. Os alunos envolvidos foram suspensos por dois dias, como medida cautelar, e um processo disciplinar foi aberto para definir a sanção que será aplicada.

Segundo uma nota de apoio à professora, emitida pelo Departamento de Inglês da instituição, o caso foi motivado por desafio criado nas redes sociais. No comunicado de Ricardo Miranda, o diretor da unidade registra que “infelizmente” tem-se observado um aumento “significativo, por parte do corpo discente, de ações que geram violência, decorrentes de vários fatores, mas principalmente da falta de respeito, de limites e empatia ao próximo”.

O caso aconteceu no dia 18 de setembro, na unidade do Humaitá, Zona Sul do Rio. Segundo o comunicado de Miranda, a que O GLOBO teve acesso, a professora estava de cabeça baixa, ao final da aula, realizando anotações e sentiu um primeiro tapa, de leve, na cabeça. Ela achou que alguém havia esbarrado nela. Mas, na sequência, recebeu mais dois tapas na nuca, com força.

“Ao levantar o rosto a professora se deparou com dois discentes rindo da situação. Os dois apostaram entre si se a aluna teria a coragem de dar um tapa na professora. A discente deu o primeiro tapa e foi até o colega cobrar o valor que tinha sido apostado (R$ 5,00 – cinco reais). O aluno disse que não tinha valido, que tinha sido fraco. A estudante, então, voltou e deu mais dois tapas na docente”, informou o comunicado emitido pelo diretor da unidade nesta segunda-feira.

O caso gerou revolta na comunidade docente do colégio, envolvendo professores não só do Humaitá, mas de todas as unidades do Pedro II. Os grupos conversam sobre medidas necessárias a serem tomadas para protegerem os profissionais de casos de agressão. Também já foram realizadas atividades com alunos sobre o que aconteceu no Humaitá.

A nota do departamento, por exemplo, defende que “medidas enérgicas sejam tomadas para responsabilizar os autores dessa violência de forma célere” para prevenir futuros incidentes semelhantes.

O Colégio Pedro II foi procurado às 18h57 desta segunda-feira por O GLOBO, que aguarda o posicionamento da instituição. A reportagem apurou que medidas estão sendo estudadas pela direção da unidade.

No documento assinado pelo diretor da unidade, foi informado que a professora registrou um boletim de ocorrência do caso. Ela estava substituindo a professora titular da turma quando foi agredida.

Também foram foram enviados relatórios acerca dos estudantes envolvidos ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Federal. A medida foi tomada após orientação da Procuradoria-Geral da República, que foi questionada pelo colégio.

“São urgentes reflexões e discussões sobre a escola que vivemos hoje com tantos conflitos geracionais e sociais, com a intensidade e recorrência destes”, defendeu o diretor.

Fonte: EXTRA

Sair da versão mobile