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    Testemunha disse à polícia que ouviu criança de 5 anos gritar, antes de ser assassinada: ‘Pai, não faz isso’

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    Vítimas foram levadas para o Hospital municipal Albert Schweitzer — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo / Arquivo

    De dentro de um quarto, onde foi obrigada a ficar, uma testemunha ouviu os gritos e marretadas dadas em Luísa Fernanda, de 5 anos, Ana Beatriz, de 4, e Natasha Albuquerque, de 30. As três foram espancadas numa casa em Senador Camará, na Zona Oeste, na última sexta-feira. As crianças morreram e a mulher está em estado grave no Hospital Municipal Albert Schweitzer. O principal suspeito é David Souza Miranda, pai de Luisa, tio de Ana e ex-cunhado de Natasha. Além de matá-las, ele também teria incendiado a residência e fugido, mas foi preso no dia seguinte na Tijuca, no outro lado da cidade. À polícia, a testemunha disse ter ouvido Luísa implorar para não ser morta: “Não, pai, pelo amor de Deus”.

    No depoimento, a testemunha contou que David já havia revelado, em voz alta, o desejo de matar a filha Luísa e a ex-cunhada Natasha. “Vou matar Luisa para Nayla saber como é ficar sem filho”, teria afirmado David horas antes do crime. Nayla é sua ex-mulher e mãe de Luísa Fernanda. Posteriormente, ele teria completado que “um dia colocaria fogo na casa para Nayla não ter direito ao imóvel”.

    Segundo ela, as crianças chegaram na casa por volta das 22h10, acompanhadas por Natasha. David teria ficado conversando com a mulher enquanto a testemunha estava na rua. Na volta, entraram para a residência, quando David teria dito: “eu vou fazer”. Depois, ele teria se mostrado “calmo” e “sem nenhum sofrimento”. A testemunha disse ter tentado argumentar, reforçando que Ana Beatriz, filha de Natasha, não tinha nada a ver com os problemas dele.

    Na casa, David teria obrigado a testemunha a ficar no quarto e foi ao encontro das vítimas. Minutos depois, ela disse ter ouvido um barulho alto e Luisa gritar. Depois, ouviu outro barulho forte “como se fosse outra marretada”, e Luisa pedir: “pai, não faz isso, não, pai, pelo amor de Deus, pai”. A mesma violência se repetiu contra Ana Beatriz e sua mãe Natasha.

    Ao final, David teria ido até o quarto onde a testemunha estava e a obrigou a ficar de olhos fechados enquanto o acompanhava para fora da casa. Foi quando ela viu o homem jogar gasolina na residência e atear fogo. À polícia, a testemunha teria dito desconfiar de que a motivação do crime foi vingança, já que David não teria aceitado o fim do relacionamento com Nayla.

     

    Relembre o caso

    Luísa Fernanda da Silva Miranda, de 5 anos, e sua prima, Ana Beatriz Gonçalves da Silva, de 4 anos, deram entrada já mortas em unidades de saúde da Zona Oeste do Rio na madrugada de sábado (23). Natasha Maria Silva de Albuquerque, de 30, mãe de Ana Beatriz, está em estado grave no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. As três foram espancadas dentro da casa onde morava David Souza Miranda, pai de Luiza. Após as agressões, ele teria ateado fogo na residência e fugido.

    Segundo o Corpo de Bombeiros, o Quartel de Campo Grande foi acionado para conter um incêndio na casa, localizada na rua Caminho do Abel. Chegando ao local, depois das 23h desta sexta-feira, foram parados por moradores para socorrer a mulher, vítima de queimadura; as meninas já haviam sido socorridas por vizinhos.

    Segundo a Polícia Militar, agentes foram acionados para checar uma ocorrência de violência contra a criança, após as meninas, vítimas de queimadura, terem sido socorridas por vizinhos para a unidade e para a Upa de Bangu. David Souza Miranda foi preso na Tijuca enquanto estava em fuga.

    Fonte: EXTRA

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