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    Suspeito da morte das meninas Emily e Rebeca é um dos envolvidos em guerra que teve dois ônibus queimados no RJ

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    Ônibus foi incendiado por bandidos no Bairro Pantanal, em Duque de Caxias — Foto: Reprodução

    Uma disputa entre traficantes e milicianos pela exploração de negócios irregulares, com lucro estimado em mais de R$ 60 mil mensais, provocou um tiroteio de quase duas horas, nesta quinta-feira, no Bairro Pantanal, em Duque de Caxias. A polícia foi chamada para interferir na guerra e, durante o confronto que seguiu, criminosos queimaram dois ônibus e um carro. Uma pessoa foi presa. De um lado da guerra está o traficante Leandro Santos Sabino, o Flamengo. Foragido da Justiça, ele teria tomado o controle de áreas de quatro conjuntos habitacionais na localidade conhecida como Jaqueira, há pelo menos um ano.

    Homem de confiança do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, do Complexo de Israel, localizado entre os bairros de Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, na Zona Norte do Rio, Flamengo tem em seu nome quatro mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça. Num dos processos, Leandro Santos Sabino é um dos dois acusados pela morte das primas Emily Victória da Silva Moreira, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues, de 7. As duas foram feridas por um mesmo tiro de fuzil quando brincavam na porta de casa na Favela do Sapinho, em Duque de Caxias, no dia 4 de dezembro de 2020. Segundo dados da investigação, o disparo teria sido feito por homens do bando chefiado por Flamengo para proteger o território da chegada de policiais que estavam numa patrulhava.

    Ônibus foi tomado pelas chamas em Duque de Caxias — Foto: Reprodução
    Ônibus foi tomado pelas chamas em Duque de Caxias — Foto: Reprodução

    No lado oposto da guerra pela disputa de negócios irregulares do Pantanal estão homens de uma milícia. O grupo paramilitar controlava a área dos conjuntos habitacionais antes da chegada de traficantes da mesma facção de Peixão. Segundo investigações preliminares da 60ªDP (Campos Elíseos), os milicianos estariam tentando retomar o território. A disputa estaria relacionada ao direito de explorar negócios como cobranças de taxas de comerciantes e a venda clandestina de sinal de internet e de TV a cabo.

    Nesta quinta-feira, milicianos teriam tentado retomar o Pantanal e houve confronto. A polícia foi acionada. Para fugir da aproximação de policiais, os traficantes ordenaram que veículos fossem incendiados. Dois ônibus e um carro foram queimados na Avenida Lauro Sodré e na Praça Eça de Queiroz. O fogo foi controlado por bombeiros e ninguém chegou a ficar ferido. Policiais do 15ºBPM (Caxias) conseguiram deter um homem por suspeita de envolvimento no ataque. Ele já tinha passagens por tráfico de drogas e foi autuado em flagrante na 60ªDP.

    Em nota, a Semove, entidade que representa 184 empresas de ônibus em todo o Estado, afirmou repudiar os ataques criminosos ao sistema de transporte público, que impactam diretamente a mobilidade urbana do Rio de Janeiro. Segundo a Semove, dois ônibus da Transportes Santo Antônio, das linhas 499 (Parque São José — Caxias) e 15 (Pantanal — Caxias), foram incendiados nesta quinta-feira . Com estes, chega a 22 o número de coletivos destruídos desde janeiro deste ano. Deste total, 12 foram atacados no município de Duque de Caxias, região que conta com outras comunidades disputadas por paramilitares e traficantes de uma facção rival ao bando que controla territórios no Pantanal. Uma delas é o Bairro de Vila Urussaí, em Saracuruna. No último sábado, após um confronto, seis milicianos foram presos na localidade e dois fuzis acabaram sendo apreendidos.

    Fonte: EXTRA

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