Um dos veículos blindados empregado na Operação Maré, que começou na última segunda-feira — Foto: Ernesto Carriço/Divulgação
A Polícia Militar do Rio deflagra, nesta sexta-feira, mais um dia de Operação Maré, que começou nesta segunda-feira em comunidades do Rio. Agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais da PM (Bope), no 4º dia de operação, atuam desde o início da manhã na Vila dos Pinheiros e Salsa, na Maré, e na Comunidade da Chacrinha, na Praça Seca. Até o momento, não há informação sobre prisões, apreensões ou feridos. Nas redes sociais, moradores relatam tiroteios na região.
Segundo o governo do estado, a corporação também atua nas comunidades de Covanca, Caixa D’água e Bateau Mouche. A página “Maré Vive” fez um alerta aos moradores para terem cuidado ao sair e chegar em casa nesta manhã. Segundo uma postagem, foram relatados tiros nos Pinheiros e avistados dois veículos blindados circulando pela comunidade.
“Muitos tiros e correria na Vila do Pinheiro e Salsa Merengue, praticamente a semana toda nessa agonia, tensão e terror. Os mais prejudicados nisso tudo são as crianças e os pais que precisam sair pra trabalhar preocupados com os filhos e se vão conseguir sair da favela em segurança pra trabalhar em busca do pão de cada dia. Por quanto tempo as autoridades irão se fingir de cegas para essa guerra urbana dentro do território nacional?”, comentou um morador.
Investigação de dois anos
No mês passado, a polícia descobriu um centro de treinamento do tráfico durante uma investigação que durou dois anos. Imagens feitas com drones mostraram a movimentação numa área que poderia ser usada para lazer de moradores da Maré.
Instrutores foram flagrados ensinando homens armados com fuzis. Algumas das práticas era semelhantes às usadas pelas forças de segurança. A área onde o treinamento ocorria tem uma quadra e também uma piscina.
A cena de bandidos tendo aulas de guerra levou o governo federal a oferecer o apoio da Força Nacional, que ficará nos arredores do complexo controlado por três grupos criminosos.
De acordo com as investigações, a Maré se tornou abrigo para traficantes de outras favelas. Até chefes de quadrilhas de outros estados foram presos no complexo, onde está instalado um batalhão da PM. E não é só o tráfico que move as quadrilhas que dominam a região. Em julho, uma operação das polícias Civil e Militar no conjunto apreendeu 25 carros roubados, entre eles um Porsche avaliado em R$ 479 mil. Um dos veículos usava uma placa com o nome de uma facção.
Fonte: EXTRA