Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro, de 22 anos — Foto: Arquivo pessoal
A Polícia Civil finalizou o inquérito sobre a morte da estudante Caroline Kethlin, de 22 anos. Ela foi atropelada por um ultraleve pilotado por Nathan Marchon, de 29 anos, no Aeroclube de Nova Iguaçu, na Baixa Fluminense, em setembro deste ano. A jovem teve morte cerebral após o acidente. A investigação indiciou o piloto por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Na investigação, a polícia constatou que a pista do aeroclube funciona clandestinamente e que pedestres e aeronaves dividem o espaço sem considerar o perigo da prática. A polícia também concluiu que Marchon foi negligente por não olhar com atenção ao ambiente da pista e constatar presença da vítima, além de “negligente” e “imprudente” pelas decisões tomadas como piloto da aeronave.
Caroline, que era estudante da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) em Campinas, no interior de São Paulo, estava no Rio para passar feriado de Independência com a família em Nova Iguaçu após desfilar no 7 de setembro. A jovem corria na pista quando sofreu uma pancada na cabeça.
— Eu ouvi um barulho, botei a mão na cabeça e pensei: “Meu Deus, tomara que não tenha machucado ninguém”. Em seguida, veio um rapaz e perguntou se tinha alguém acompanhando a Carol e avisando que ela tinha sido atropelada. Quando cheguei lá, eu encontrei ela. Eu estava em estado de choque, fiquei fora de mim — contou Abner Ribeiro, pai da jovem.
Segundo Abner, os dois tinham o costume de frequentar o aeroclube. Ainda de acordo com ele, tudo aconteceu muito rápido. A jovem teria sido atingida e corpo arremessado a seis metros:
— A aeronave foi rápida ao atingi-la, foi em seis segundos. Deu uma pancada e jogou ela a seis metros. Ele acelerava muito. Acho que ele soltou, a aeronave saiu rápido demais e pegou ela.
Em depoimento à polícia, o piloto disse que não viu Caroline na pista e “por isso, achou que não tinha ninguém”.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o Aeroclube de Nova Iguaçu não é uma entidade certificada pelo órgão para oferta de cursos de formação de pilotos e não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência. Por isso, não são permitidas operações com aeronaves no local.
Fonte: EXTRA