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    Tandera, Zinho e Abelha: quem são os três criminosos mais procurados do Rio após ataques

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    Da esquerda para a direita: Danilo Dias Lima, o Tandera; Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho; e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha — Foto: Reprodução

    Em meio aos ataques com dezenas de ônibus incendiados por criminosos, nesta segunda-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro, anunciou que o foco de sua gestão, na área da segurança, será capturar três bandidos envolvidos em uma sangrenta disputa por território que vem empilhando vítimas em diferentes pontos do estado. “Zinho, Tandera e Abelha: não descansaremos enquanto não prendermos”, disse o titular do Palácio das Laranjeiras durante coletiva de imprensa. Mas quem são esses três criminosos?

    Rio sitiado: cariocas relatam terror após morte de miliciano e ônibus queimados — Foto: Reprodução
    Rio sitiado: cariocas relatam terror após morte de miliciano e ônibus queimados — Foto: Reprodução

    Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, é apontado como chefe da maior milícia fluminense. A morte do sobrinho do paramilitar — Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu — em confronto com a polícia, na manhã desta segunda, desencadeou a retaliação da quadrilha, que ateou fogo em ônibus, caminhões, carros e até em um vagão de trem.

    Já Danilo Dias Lima, o Tandera, é ex-integrante do bando que no passado foi comandado pelo irmão de Zinho, Wellington da Silva Braga, o Ecko. No entanto, após sucessivos rachas, os antigos aliados passaram a guerrear pelo controle de vários territórios, sobretudo na Zona Oeste da capital — palco dos ataques nesta segunda-feira — e na Baixada Fluminense. Por fim, Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha, é membro da cúpula da principal facção do tráfico de drogas do estado.

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    Abaixo, saiba mais sobre cada um dos três bandidos:

     

    Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho

     

    Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia — Foto:  Divulgação
    Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia — Foto: Divulgação

    À frente da maior milícia do estado, Luís Antônio da Silva Braga ascendeu ao posto de chefe do bando há pouco mais de dois anos, com a morte do irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko. Assim como o parente, ele não teve passagem pelas forças policiais, ao contrários de muitos dos comandantes da quadrilha que os antecederam. Antes de assumir o controle do grupo, Zinho ficava encarregado da contabilidade e da lavagem do dinheiro oriundo das atividades ilegais.

    O primeiro dos irmãos Braga a entrar para a milícia foi Carlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes. A adesão foi durante a expansão dos domínios dos paramilitares pela região que lhe rendeu o apelido, quando traficantes começaram a trocar de lado, passando de rivais a aliados. Três Pontes virou uma espécie de braço direito do então chefe da quadrilha, o ex-PM Toni Ângelo. Pouco depois, Ecko e Zinho também entraram para o bando.

    Atualmente, segundo estimativas da polícia, Zinho arrecada apenas na área que engloba a maior parte dos bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Paciência uma quantia que varia de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões mensais. O maior volume das cifras milionárias movimentadas vem do transporte alternativo.

    Só com cobrança de taxas de motoristas de vans, a milícia recebe de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões por mês, de acordo com investigações. Entre negócios explorados pelos grupos paramilitares estão ainda a venda clandestina de sinal de TV a cabo e a cobrança de taxas de segurança.

     

    Danilo Dias Lima, o Tandera

     

    Miliciano Tandera — Foto: Reprodução
    Miliciano Tandera — Foto: Reprodução

    Danilo Dias Lima traz tatuado no peito o Olho de Tandera, símbolo dos Thundercats, seriado de animação que fez sucesso no Brasil em meados dos anos 80. Além dele, de acordo com informações obtidas pela polícia, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele.

    Antigo parceiro no crime de Ecko e Zinho, Tandera rompeu com o grupo e, ao lado dos próprios comparsas, passou a invadir territórios sob domínio dos ex-chefes, passando a controlar regiões de cidades como Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu, todas na Baixada Fluminense. O paramilitar é conhecido pelo estilo bélico e pela brutalidade com que busca perpetuar suas atividades criminosas.

    Em denúncia do Ministério Público do Rio (MP-RJ) contra a milícia comandada por ele, foram incluídos vídeos, imagens e relatos da extrema violência. Entre os registros, há cenas de decapitação, assassinatos a tiros, amputação, humilhação e zombaria diversas das vítimas.

    Uma outra apuração do MP-RJ revelou que a quadrilha de Tandera lava dinheiro por meio de operações financeiras com criptomoedas. Um pente-fino nos negócios de Marcelo Morais dos Santos, o Grande, acusado de ser uma espécie de braço direito de Tandera, detectou uma série de transferências para uma empresa especializada em transações com criptoativos.

     

    Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha

     

    Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha — Foto: Reprodução
    Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha — Foto: Reprodução

    Único traficante entre os três bandidos citados por Castro, Wilton Carlos Rabello Quintanilha é um dos membros mais importantes, fora da cadeia, da cúpula da maior facção fluminense. Não foi sempre assim, porém: ele saiu pela porta da frente do Presídio Vicente Piragibe, no Complexo do Gericinó, em julho de 2021, mesmo tendo um mandado de prisão pendente expedido em seu nome. O episódio deflagrou uma crise em diferentes órgãos da segurança pública do estado.

    Três dias antes de deixar a cadeia, a unidade em que Abelha se encontrava recebeu três tortas de uma famosa panificadora, seis embalagens de cortes de frango fresco, salgadinhos em “quantidade razoável”, uma caixa grande de cigarros e oito bolos pequenos. A data — 24 de julho, um sábado — coincidia com o aniversário de 50 anos de Wilton, que teria dado uma festa dentro do Vicente Piragibe, o que motivou uma investigação da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio e o Ministério Público do Rio (MPRJ).

    O traficante é considerado foragido desde então. Ele teve a prisão decretada em processo no qual é réu pelo homicídio de Ana Cristina Silva, de 25 anos, baleada durante a invasão do bando dele ao Morro de São Carlos, no Estácio, no dia 26 de agosto de 2021. O caso ganhou repercussão à época porque a jovem, que acabou atingida na cabeça por um tiro de fuzil, se curvou para proteger o filho de 3 anos.

    O bando de Abelha esteve envolvido em diferentes frentes de confronto no passado recente, em especial em bairros da Zona Oeste. Só a favela da Gardênia Azul, por exemplo, foi palco de dez tentativas de invasão em um período de pouco mais de um mês, entre o fim do ano passado e o início de 2023. Neste contexto, Wilton chegou a firmar acordos com grupos milicianos rivais aos paramilitares que ele combate, ampliando ainda mais a disputa entre quadrilhas na região.

    Fonte: EXTRA

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