Vídeo do homem aranha viralizou nas redes sociais — Foto: Reprodução
Após a onda de ataques no Rio de Janeiro, que deixou ao menos 35 ônibus queimados em sete bairros da Zona Oeste do município, trabalhadores passaram sufoco para voltar para suas casas. Um vídeo que viralizou nas redes mostra um homem vestido do personagem Homem-Aranha andando de um lado para outro reclamando da falta de transporte público. Em outro registro, ele diz: “Tenho uma festa de aniversário para ir, como eu vou chegar lá?”. O momento também rendeu uma brincadeira em referência ao filme do herói lançado em 2021, chamado “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”.
Em meio ao caos o homem aranha sem volta pra casa pic.twitter.com/YrFmN0tKFP
— Merelli (@PeresPaulinha) October 24, 2023
🚨GRAVE: Homem-Aranha é flagrado reclamando que não tem nenhum ônibus nas ruas do Rio e vídeo viraliza na web.
“Tenho uma festa de aniversário pra ir, como é que eu vou chegar lá?” pic.twitter.com/IHbzsmbg5x
— DIRETO DO MIOLO (@diretodomiolo) October 24, 2023
35 ônibus em sete bairros
A ofensiva do crime organizado é uma das maiores a ocorrer na história do Rio de Janeiro. No total, 12 pessoas foram presas ateando fogo em vários ônibus e em um trem, em sete bairros da Zona Oeste do município: Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba, Campo Grande, Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes. De acordo com o governador Cláudio Castro (PL), nesta segunda-feira, eles responderão por ações terroristas e serão imediatamente encaminhados para presídios federais. Castro disse a polícia não descansará enquanto não prender o miliciano Luís Antônio da Silva Barga, o Zinho, o paramilitar Danilo Dias Lima, o Tandera, que disputa territórios com Zinho, e o traficante Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha, que faz parte da cúpula da maior facção criminosa do Rio. O trio é apontado pela polícia como envolvido em guerras por disputa de territórios em várias partes do Rio, incluindo Zona Oeste e Baixada Fluminense.
O maior ataque da milícia no Rio:
- O miliciano Faustão, sobrinho de Zinho, chefe de grupo militar que atua na Zona Oeste, foi morto em ação da Polícia Civil no Rio. Em represália, 35 ônibus, um trem, uma estação do BRT e quatro caminhões e foram incendiados.
- Os ataques ao sistema de transporte ocorreram enquanto o governador Cláudio Castro parabenizava a polícia pela ação que resultou na morte do criminoso. Horas depois, Castro afirmou que a polícia não descansará enquanto não prender os milicianos Zinho e Tandera e o traficante Abelha.
- Os ataques deixaram a população em pânico e causaram o caos no sistema de transportes. Moradores da região levaram horas para chegar em casa ou tiveram que dormir no trabalho ou nas estações.
- A milícia responsável por caos no Rio foi fundada por policiais, expandiu-se pelo estado na última década e vive crise interna após morte de ex-chefe.
Às 18h, no retorno para casa dos cariocas após o trabalho, o Centro de Operações Rio (COR) computada 121 quilômetros de engarrafamento. O congestionamento é 66% maior do que a média das últimas três segundas-feiras (73 quilômetros), ainda segundo o COR.
De acordo com a SuperVia, estações em Santa Cruz chegaram a ser fechadas “para a segurança dos colaboradores e passageiros”. Uma estação do BRT no mesmo bairro foi incendiada, e outras três foram alvo de tentativas de atear fogo. A MOBI suspendeu integralmente a operação no corredor Transoeste em virtude da insegurança.
Ônibus são incendiados na Zona Oeste do Rio
Ataques a veículos de transporte público acontece após morte de miliciano em Santa Cruz
O ataque dos paramilitares teve início depois que Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto em confronto com agentes da Polícia Civil em uma comunidade de Santa Cruz. Ele era sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, criminoso que assumiu o controle da maior milícia do estado do Rio, que atua na Zona Oeste, local dos ataques. O comando da organização foi herdado após morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko.
Considerado pela polícia como o segundo homem na atual hierarquia da maior milícia do Rio, Faustão é apontado em investigações como o principal homem de guerra de Zinho na disputa de território com bandos rivais. Ele seria encarregado de chefiar rondas feitas pela milícia do tio na Zona Oeste.
Fonte: EXTRA