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    Motorista de ônibus incendiado por milicianos está internado com ferimentos no rosto e queimaduras de terceiro grau

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    Motorista de ônibus é queimado durante ataques no Rio — Foto: Reprodução

    O motorista de um dos ônibus incendiados no Rio, nesta segunda-feira, está internado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, após sofrer queimaduras de terceiro grau. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o estado de saúde do homem é estável.

    Ainda de acordo com Soranz, a vítima foi ferida no rosto e nos membros superiores. As queimaduras ocorreram enquanto o motorista fugia do coletivo que estava sendo incendiado.

    — A situação é lamentável porque o motorista estava ali exercendo as suas funções e teve queimaduras. Por questões de segurança, ele não quer ser identificado — destaca Soranz.

    Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, o episódio ocorreu no Largo do Aarão, em Santa Cruz. O motorista é da Viação Pegaso, da linha 804.

    Os ataques que deixaram 35 ônibus incendiados na cidade trouxeram enormes problemas não só para a população, mas também para os profissionais que atuam no setor. Para Sebastião José, a ação deixou usuários e motoristas reféns.

    — Apesar de não ter havido agressão física aos motoristas, o pânico foi geral, ao ponto de eles só terem tempo de abrir as portas dos coletivos para que os usuários saíssem e deixarem o local correndo com medo de morrerem carbonizados, o que com certeza afeta o psicológico do profissional que já convive diariamente com a violência nas ruas, comprovando a falta de planejamento e a total desorganização do estado na área da segurança, deixando a sensação de que isso possa ocorrer novamente a qualquer momento. Muito ainda precisa ser feito para devolver a tranquilidade aos usuários e profissionais da categoria — afirmou Sebastião.

     

    Assaltos e agressões afastam motoristas da função

    Segundo o presidente, os motoristas não suportam mais a insegurança que atinge a categoria diariamente. O resultado disso, é o número de motoristas que procuram a direção do Sindicato dos Rodoviários para comunicar agressões sofridas, o que vem ocasionando o afastamento desses profissionais de suas funções, fazendo com que os profissionais peçam à direção das empresas para trocar de linhas ou até a realizarem acordos para serem demitidos.

     

    35 ônibus em sete bairros

    A ofensiva do crime organizado é uma das maiores a ocorrer na história do Rio de Janeiro. No total, 12 pessoas foram presas ateando fogo em vários ônibus e em um trem, em sete bairros da Zona Oeste do município: Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba, Campo Grande, Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes. Na manhã desta terça-feira, o governador Cláudio Castro explicou que apenas seis destas pessoas ficaram presas, devido à falta de indícios de que tivessem cometido crime.

    De acordo com a SuperVia, estações em Santa Cruz chegaram a ser fechadas “para a segurança dos colaboradores e passageiros”. Uma estação do BRT no mesmo bairro foi incendiada, e outras três foram alvo de tentativas de atear fogo. A MOBI suspendeu integralmente a operação no corredor Transoeste em virtude da insegurança.

    O ataque dos paramilitares teve início depois que Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto em confronto com agentes da Polícia Civil em uma comunidade de Santa Cruz. Ele era sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, criminoso que assumiu o controle da maior milícia do estado do Rio, que atua na Zona Oeste, local dos ataques. O comando da organização foi herdado após morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko.

    Considerado pela polícia como o segundo homem na atual hierarquia da maior milícia do Rio, Faustão é apontado em investigações como o principal homem de guerra de Zinho na disputa de território com bandos rivais. Ele seria encarregado de chefiar rondas feitas pela milícia do tio na Zona Oeste.

    Fonte: EXTRA

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