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Rogério 157 e Marreta: veja quem são os chefes do tráfico com autorização para voltar aos presídios do Rio

Rogério 157 e Marreta: veja quem são os chefes do tráfico com autorização para voltar aos presídios do Rio — Foto: Agência O Globo e Reprodução

Dois grandes chefes da maior facção criminosa do Rio tiveram autorização da Justiça para voltar ao estado. No último sábado, o traficante Luis Claudio Machado, o Marreta, saiu de um presídio federal e deu entrada em Bangu 1, em Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Além dele, outro chefe do tráfico foi autorizado a voltar ao sistema penitenciário fluminense: Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, chefe do tráfico da Rocinha, obteve uma decisão favorável na Justiça e poderá ser transferido para o Rio. A decisão foi criticada pelo secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro informou na noite desta quarta-feira que entrou com recurso na Justiça, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, pedindo a manutenção da prisão do criminoso no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia. Os dois traficantes estão há mais uma década no mundo do crime e protagonizam uma história de ascensão na organização criminosa. Saiba quem são:

Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157

Nascido em 1981 na cidade mineira de Governador Valadares, Rogério começou no crime assaltando nas ruas da Zona Sul carioca, daí a alcunha 157, número do artigo do Código Penal que se refere a roubo. O que levava das vítimas, ele vendia para traficantes.

De assaltante a vapor (responsável pela venda de drogas no varejo, diretamente ao consumidor), de vapor a gerente, de gerente a segurança, de segurança a braço-direito do comandante do tráfico. A escalada no crime aconteceu na Rocinha e teve como padrinho Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.

Rogério 157 é levado para a Cidade da Polícia, após ser preso em 06/12/2017 — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Rogério 157 é levado para a Cidade da Polícia, após ser preso em 06/12/2017 — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Em 2010, depois de uma operação policial na comunidade, o traficante comandou uma invasão ao Hotel Intercontinental, em São Conrado, com 36 reféns, entre hóspedes e funcionários. O traficante foi preso em 24 de agosto daquele ano, mas solto em 2012 — quando voltou a atuar no tráfico de drogas.

Quando saiu, deu início a uma disputa interna pelo controle total da Rocinha, “gerenciada” por Nem de dentro do presídio de segurança máxima. A relação com o padrinho já estava quebrada. Em agosto de 2017, Ítalo Jesus Campos, o Perninha, braço-direito de Nem, morreu. Segundo investigação da Delegacia de Homicídios, Rogério foi o mandante, pois tinha medo que ele tentasse tomar o comando dos “negócios” na comunidade – algo em torno de R$ 10 milhões por mês, segundo a própria polícia.

Rogério teve prisão temporária decretada pelo crime e passou a ser considerado foragido, com foto na seção “Procurados” do Disque-Denúncia e R$ 30 mil de recompensa para quem fornecesse informações sobre seu paradeiro.

O traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, foi preso na Favela do Arará, em Benfica, na Zona Norte do Rio, naquele mesmo ano. Ele foi condenado a 32 anos de prisão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, tráfico e corrupção ativa, em 2018, pela 40ª Vara Criminal do Rio.

Segundo a denúncia, no período entre outubro de 2013 e maio de 2014, Rogério 157 e Gênio, além de outros suspeitos, eram os responsáveis pelo tráfico de drogas em diversos bairros do município do Rio, em especial no complexo das favelas da Maré, Serrinha, e Dendê, na Zona Norte, além da Vila Aliança, na Zona Oeste.

Logo após a sua captura, Rogério Sá, secretário de segurança do Rio na época, pediu sua ida para presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, que autorizou a ida do traficante para o estado.

Luis Claudio Machado, o Marreta

Luis Claudio Machado, o Marreta, apontado como um dos chefões da maior facção criminosa do Rio, foi transferido do presídio federal de Catanduvas, no Paraná, para Bangu 1, em Gericinó, na Zona Oeste do Rio recentemente. Marreta deu entrada no sistema prisional fluminense no último sábado, mas a secretaria de Administração Penitenciária do Rio não deu detalhes a respeito da transferência.

Em 2013, Marreta fugiu com outros 26 detentos do Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, em Bangu, pela tubulação de esgoto.

Marreta — Foto: Arquivo

Responsável por ordenar confrontos contra policiais e ataques às sedes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs), o criminoso foi preso no Paraguai, em dezembro de 2014, pela subsecretária de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança e a Polícia Federal, com apoio da Secretaria Nacional Anti Drogas do Paraguai (SENAD/PY).

Marreta coordenava do Paraguai a atuação da organização criminosa e a distribuição de armas e drogas para as comunidades dominadas pela facção. Ele foi preso em uma casa de luxo no bairro de Ykua Sati, na cidade de Assunção. O criminoso ainda tentou fugir do cerco policial pulando o segundo andar da residência e o muro divisório de mais de 2 metros de altura dos fundos do imóvel. Mas foi preso enquanto tentava se esconder em uma casa vizinha.

Na casa do criminoso foi encontrado um cofre com dólares, reais e guaranis (moeda paraguaia), além de um DVD do filme “Tropa de Elite”. Além do foragido, estavam na residência duas mulheres e uma criança que estão identificadas pelo Setor de Imigração Paraguaio.

Castro estuda transferências para presídios federais

No início do mês, o governador Cláudio Castro se reuniu com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, para falar sobre a segurança pública no Rio e falou sobre o inverso. Na ocasião, ele contou que conversou com Mattos sobre a possibilidade de transferir criminosos do Rio para presídios federais:

“Hoje, a ideia aqui era que pudéssemos fazer um balanço das operações e olhar os próximos passos para, de forma conjunta, desarticular essas organizações criminosas. É importante a transparência para que a sociedade saiba o que está sendo feito. Conversamos também sobre a possibilidade de transferência de lideranças para presídios federais, uma lista que será feita em conjunto pelas forças estaduais e pelo Ministério Público, com um critério muito claro e sério na escolha dessas pessoas”, disse o governador.

Em coletiva após o ataque feito em retaliação a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, Castro afirmou que as pessoas presas ateando fogo em coletivos responderão por ações terroristas e também serão encaminhados para presídios federais.

Fonte: EXTRA

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