Segundo as investigações, Gilson Ramos Vianna atuava na área de tecnologia da informação, simulando contas e fazendo a captação de clientes para o golpe — Foto: Reprodução
Neste sábado, policias penais da subsecretária de Inteligência da Seap, agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro prenderam um homem suspeito de dar golpes com criptomoedas — as chamadas pirâmides financeiras. Segundo as investigações, Gilson Ramos Vianna integrava a área de tecnologia da informação de uma organização criminosa. Ele atuava simulando contas e fazendo a captação de clientes que seriam vítimas do crime, em Campos do Goytacazes, no Norte Fluminense.
A investigação aponta que a quadrilha agia desde 2016, por meio da A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli. De acordo com o MP, os suspeitos fizeram mais de 43 vítimas, com a promessa de retorno altíssimo e fixo para o investimento aplicado. A pedido do Gaeco, a Justiça determinou o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos denunciados, até o valor de R$ R$ 1.964.815,96 milhões incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, para ressarcir as vítimas.
Uma operação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ) com a 134ª DP (Campos dos Goytacazes) foi deflagrada nesta quarta-feira. Chamada de “Operação Príncipe do Bitcoin”, a ação tinha como objetivo cumprir quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão em endereços ligados a cinco suspeitos de integrar a organização criminosa.
Pastor evangélico está foragido
Um dos alvos da operação é um pastor evangélico que atuava como trader, investindo no mercado financeiro e captando clientes. Segundo o MP, Fabrício Vasconcelos Nogueira é conhecido na região de Campos dos Goytacazes. A investigação mostrou que ele trocava constantemente de carro e realizava viagens rotineiras para ostentar riqueza e atrair mais vítimas para o golpe. Ele está foragido.
Ana Claudia Carvalho Contildes, sócia fundadora da A.C Consultoria e Gerenciamento Eireli, também está foragida, segundo MP.
Entenda o esquema
A empresa abria contas para investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas “copy”. A promessa era de que o investimento em criptomoedas daria um retorno financeiro de 15% a 30% ao mês. Como sugere o nome “copy” (cópia, em português), é uma cópia de outra conta, que permitia aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos. Os juros dos investimentos eram pagos, inicialmente, de modo a dar higidez — termo usado no Direito para se referir a atos que encontram-se de acordo com a legislaçã — ao trabalho desenvolvido pela A.C. Consultoria.
Após firmar diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos eles seriam rescindidos e os valores referentes seriam pagos em um prazo de 90 dias (a partir de 1º de dezembro de 2021, data da “Nota Oficial”), o que não foi cumprido. Investigações do Gaeco também revelaram que uma outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos suspeitos para dar continuidade ao esquema.
Fonte: EXTRA