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Pré-candidato a vereador em Queimados foi morto um dia depois do seu aniversário

Clayton Damaceno e Waguinho: foto foi publicada pelo prefeito de Belford Roxo neste domingo junto a mensagem em homenagem a Damaceno — Foto: Reprodução

Executado no sábado, o pré-candidato a vereador de Queimados, na Baixada Fluminense, Clayton Damaceno, completou 45 anos no dia anterior ao crime. Ele foi morto na Rua Olímpia Silva, no bairro Inconfidência, após passar o dia fazendo campanha pelos bairros de Queimados, quando ele e sua secretária, Paula Ribeiro, pararam em uma sorveteria, próximo à praça da Bíblia, e, por volta das 23h, foram surpreendidos por criminosos que efetuaram vários disparos contra os dois. A mulher também morreu após o ataque.

Nas redes sociais, Paula Ribeiro parabenizou o amigo no dia anterior ao crime. Em uma postagem, ela exaltou que Damaceno fez crescer nela a esperança “nas transformações sociais e fortalecer cada dia mais” sua fé. O empresário respondeu o post: “Te amo mãezona”.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada e investiga o caso. Segundo apurou o GLOBO, nenhuma linha de investigação está descartada,.inclusive de ser um crime político. Ainda de acordo com polícia civil, diligências estão em andamento para apurar as circunstâncias da mortes de Clayton e Paula.

Damaceno era aliado político de Fábio Sperendio, pré-candidato a prefeito de Queimados, e Waguinho, prefeito de Belford Roxo. Fábio, que é PM, teve o nome ligado a agente da corporação que faziam uma espécie de “bico ilegal” como seguranças de familiares do prefeito de Belford Roxo. A prefeitura chegou a manter, sem autorização da polícia, uma tropa clandestina de PMs ao serviço dele. A proximidade de Sperendio a Waguinho rendeu uma série de nomeações de familiares do policial.

Na prefeitura de Belford Roxo, Damaceno trabalhou como assessor do gabinete de Waguinho de junho de 2021 a março do ano seguinte. Entre novembro de 2022 e março deste ano, ele esteve lotado na secretaria de Educação com vencimentos de R$ 1.302.

Waguinho fez uma publicação neste domingo nas redes sociais lamentando a morte de Damaceno, que ele considerava uma pessoa incansável a causa política defendida pelo grupo:

“Perdi não apenas um grande amigo, mas também um líder político exemplar. @clayton_damaceno foi muito mais do que um colaborador, ele foi uma fonte inesgotável de carinho, orientação e apoio ao longo da minha jornada política.”, diz trecho da mensagem.

A morte de Clayton causou comoção nas redes e mensagens de alerta sobre a prática de assassinato de políticos na Baixada Fluminense. Dados levantados pelo Instituto Fogo Cruzado mostram essa realidade. De 2016 a 2022, a região teve 35 políticos mortos. Dos 57 registros de políticos baleados em toda a Região Metropolitana neste período, 74% foram na Baixada.

“Baixada só pode ser candidato a alguma coisa se a cúpula deixar, tem que seguir a cartilha, se não é vala”, escreveu um usuário da rede X.

Nas redes sociais, Clayton frequentemente publicava vídeos e textos denunciando o que ele considerava “uma falta de respeito com o povo queimadense”, como falta de saneamento nas ruas, falta de praça para crianças.

A Polícia Militar informa, por meio de nota, que agentes do 24ºBPM (Queimados) foram à Rua Olímpia Silva, em Queimados, para verificar tentativa de homicídio. Os militares foram ao local, mas as vítimas já tinham sido socorridas. A corporação informa ainda equipe foi à Upa de Queimados, e constatou a entrada de uma pessoa com ferimentos provocados por disparo de arma de fogo, e que uma segunda vítima foi encaminhada para a UPA de Austin.

Fonte: EXTRA

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