As lideranças da milícia em Rio das Pedras, na Zona Oeste, demonstram um elevado poder aquisitivo e operam com violência, impondo um clima de terror à população e exigindo taxas abusivas. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal nesta quarta-feira (1º), após uma operação de dois dias que resultou na prisão de 10 suspeitos, incluindo os milicianos Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e seu pai, Dalmir Barbosa.
Estiveram presentes na coletiva o promotor do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), Fábio Corrêa, e o superintendente regional da PF no Rio de Janeiro, Leandro Almada da Costa.
Durante a operação, foram apreendidos nove veículos de luxo, incluindo cinco blindados; três pistolas e um revólver; e R$ 31 mil em espécie. Além disso, foram confiscadas três embarcações e uma propriedade de luxo avaliada em R$ 2 milhões em Angra dos Reis, na Costa Verde. Dois policiais militares em atividade e um sargento da reserva do Exército, que estavam encarregados da segurança dos dois, foram detidos. Além de outros cinco milicianos, incluindo uma liderança não identificada.
O promotor Fábio Corrêa explicou: “A milícia exerce um papel de aterrorizar, dominar e coagir a população que reside naquela região, utilizando práticas de extrema violência, e arrecadando uma grande quantidade de recursos financeiros. O elevado poder aquisitivo das lideranças é resultado dessa atividade ilegal, que inclui o monopólio da venda de água e gás, bem como a substituição de serviços públicos concedidos. É uma organização que atua em escala interestadual e realiza transações de armamento pesado. Essas lideranças, estando em liberdade, desempenham um papel crucial no grupo.”
Segundo o superintendente regional da PF, as investigações demonstraram que Taillon continuava atuando como líder da milícia mesmo após ter obtido liberdade condicional por progressão da pena.
“A área de atuação deles é Rio das Pedras. Esta é uma investigação recente, e Taillon permaneceu na organização criminosa, mesmo após ter sido solto por progressão de regime, mantendo sua atividade criminosa. Por isso, a investigação da PF prosseguiu”, explicou.
Além de chefiar a milícia, Taillon de Alcântara Pereira Barbosa é apontado como o alvo do ataque que resultou na morte de três médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Ele estava em liberdade condicional desde 2 de agosto.
O superintendente acrescentou que as investigações ainda estão em curso e serão continuadas para desmantelar as lideranças e enfraquecer o grupo, que possui patrimônios de alto padrão e luxo.
O montante estimado adquirido pelo grupo é considerado exorbitante pelas autoridades e ainda está em processo de contabilização. Alguns detalhes, como os nomes dos demais detidos, permanecem sob sigilo.