O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, informou que a pasta está colaborando com a Polícia Civil para investigar como Cauane Malaquias Costa, de 19 anos, obteve informações sobre algumas pacientes, incluindo uma suposta conhecida chamada Raiane. “Quando [Cauane] foi abordada por uma enfermeira, ela tinha informações de outra paciente chamada Raiane, que ela afirmava ser acompanhante”, afirmou Soranz.
O secretário também destacou que a segurança na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, será revisada nos próximos dias. Ele considera a situação do sequestro de um recém-nascido na unidade como extremamente preocupante. Ravi Cunha, que tinha apenas algumas horas de vida, foi sequestrado na madrugada desta quarta-feira (1º) por Cauane Malaquias Costa, de 19 anos, dentro da enfermaria da maternidade. A mulher foi presa algumas horas depois do crime, na comunidade do Borel, Zona Norte do Rio.
De acordo com o delegado Mário Andrade, titular da 4ª DP (Praça da República), Cauane e Raiane fizeram um curso de jovem aprendiz juntas, e desde então, Cauane passou a seguir Raiane nas redes sociais. Foi assim que a sequestradora ficou sabendo que Raiane estava internada para dar à luz, através de uma publicação nas redes sociais da gestante.
A criança foi encontrada por policiais militares da UPP do Borel, na manhã desta quarta-feira (1°), na comunidade do Borel, Tijuca, Zona Norte do Rio. A mulher foi presa e Ravi foi levado de volta para a maternidade. Ravi está em boas condições de saúde e deve receber alta na quinta-feira (2), juntamente com sua mãe, conforme o previsto.
Cauane se passou por acompanhante de uma gestante em trabalho de parto na recepção da maternidade na madrugada de quinta-feira (1º). Ela carregava três bolsas, sendo que Ravi estava dentro de uma delas.
“Ela [Cauane] soube que uma amiga havia vindo para o hospital ter um bebê na data de ontem por uma foto e decidiu ir até o hospital e chegou lá entre 10h30 e 11h para visitar a colega. Segundo seu depoimento, ela realmente visitou essa colega, mas ficou perambulando pelo corredor do hospital. Por volta de três horas da tarde, ela passou pela enfermaria e viu o Ravi e se interessou pela criança”, explicou o delegado da 4ª DP (Praça da República).
Cauane voltou para casa e esperou até anoitecer. Por volta das 19h, ela retornou ao hospital com três bolsas de bebê, incluindo uma bolsa cegonha. Por volta de 1h30, quando a mãe estava dormindo, aproveitou o momento para pegar a criança e levá-la para sua casa, na comunidade do Borel.
As investigações indicam que Cauane inventou a gravidez devido a um relacionamento extraconjugal que mantinha há pelo menos cinco anos. A jovem também teria tirado fotos de diferentes partes do hospital para convencer a família de que estava internada para dar à luz.
A polícia localizou a mulher por meio de imagens de câmeras de segurança e denúncias. Agora, a Polícia Civil irá ouvir todos os envolvidos e analisar as imagens das câmeras de segurança. Cauane pode enfrentar acusações de subtração de menor e ser condenada a até seis anos de prisão.