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    ‘Um deles afirmou que não seria punido ‘porque é branco e rico’, diz mãe de aluna de colégio na Barra que teve nude falso divulgado

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    Colégio Santo Agostinho, no Novo Leblon — Foto: Reprodução

    A mãe de uma das alunas do Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, que teve nudes falsos criados através de inteligência artificial, afirmou que um dos alunos que seria responsável pela divulgação das imagens disse que não seria punido “porque é branco e rico”. Ao todo, cerca de 25 meninas tiveram imagens editadas.

    — As fotos começaram a ser divulgadas na última sexta-feira. No entanto, não fizeram nada quando souberam. O sentimento é de impunidade. A minha filha descobriu a dela no início da semana. As meninas estão tendo crise de ansiedade e chorando. Elas estão em semana de provas e não conseguem focar nos estudos. Esses alunos continuam na mesma sala delas e elas estão tendo que conviver. Eles tiram sarro da situação. Eu soube que um deles afirmou que não seria punido “porque é branco e rico”, então não aconteceria nada. Eles sabem que é errado, são instruídos, mas parecem não temer — conta a mãe.

    Segundo ela, as vítimas e os responsáveis estão preocupados com o uso dessas imagens em plataformas de conteúdo adulto. Para a mãe, a situação é irreparável e os alunos responsáveis pelo crime deveriam ser expulsos do colégio.

    — Na internet nós acabamos perdendo o controle das coisas. Não sei onde essa foto da minha filha foi parar. Ela terá que guardar para sempre o registro de ocorrência. Hoje em dia eles conseguem fazer até vídeos. No futuro, alguém do trabalho dela pode receber alguma gravação ou foto e achar que realmente é ela. Como ela ficará? Ela precisa de provas que mostrem que ela não está vendendo conteúdo adulto ou algo do tipo. Estamos correndo atrás de justiça porque não queremos que as nossas filhas aprendam a ficar caladas nessas situações. Ela, como mulher, precisa e merece ter voz. Essas violações dos corpos femininos não podem ser normalizadas — ressalta a mãe.

     

    Investigações do caso

    A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) instaurou um inquérito para investigar se alunos do Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, usaram ferramentas para criar nudes falsos de colegas de turma. As vítimas seriam alunas do 9º ano do ensino fundamental, com idades entre 14 e 16 anos. Procurado, o Colégio Santo Agostinho disse estar apurando os fatos e adotando as medidas previstas no regimento escolar.

    — Os pais fizeram registros na 16ª DP (Barra da Tijuca), mas as investigações estarão concentradas aqui na DPCA. Diligências estão em andamento e todos os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias — disse Marcus Vinícius Braga, delegado titular da DPCA.

    Um comunicado enviado pelo colégio a pais e responsáveis diz que a direção se solidarizou com as alunas e as famílias das vítimas e diz ter tomado conhecimento dos episódios que “assustam e decepcionam”. A nota assinada pelo diretor Frei Nicolás Luis Caballero Peralta ainda diz que o colégio vai tomar “medidas disciplinares aos fatos cometidos, em tutela escolar” e pede a compreensão de todos envolvidos “pois a condução dos atendimento demanda tempo e não podemos tomar decisões precipitadas”.

    No posicionamento, a direção da escola ressalta que atua no “âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência”. Caballero ainda pede “a parceria das famílias em acompanhar de perto a vida virtual dos adolescentes e jovens”.

    “É preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que o caso se torne ainda maior e se propaguem mais situações de conflito e desrespeito”, conclui a direção.

     

    O que diz o Santo Agostinho

    Em nota enviada ao GLOBO, o Santo Agostinho destaca que promove “a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência”. Confira a íntegra:

    “O Colégio Santo Agostinho tomou conhecimento de que fotos alteradas de alguns de nossos alunos foram divulgadas por meio de aplicativos de troca de mensagens.

    Como escola, atuamos no âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência, e intensificamos os momentos de rotina escolar para o aprendizado de algumas situações e desafios.

    Informamos que o Colégio está tomando todas as medidas necessárias à apuração cautelosa dos fatos e está adotando as medidas previstas no Regimento Escolar.

    Sabemos de nossa missão na educação e na formação integral dos nossos alunos, bem como sabemos da confiança de todos em nosso Colégio”.

    Fonte: EXTRA

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