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‘Ele falava no meu ouvido, batia no meu cabelo’, relata motorista de aplicativo que testemunhou contra Victor Meyniel

Danielle Cerqueira, de 48 anos, foi intimida para prestar depoimento sobre uma viagem de uber, em 25 de fevereiro, quando foi xingada e agredida pelo ator. Foto: Bruna Martins

A primeira audiência sobre o caso de agressão contra o ator Victor Meyniel, que aconteceu nesta terça-feira, teve a presença da testemunha Danielle Cerqueira, de 48 anos, motorista de aplicativo. Ela foi intimada a prestar depoimento sobre uma corrida, que aconteceu em 25 de fevereiro, quando teria sido xingada e agredida pelo ator. À época, ela foi a uma Delegacia da Mulher fazer o registro de ocorrência.

Na frente do juiz e das demais testemunhas, Danielle relatou o que viveu naquele dia. Era por volta das 5h, quando ela aceitou uma corrida para o Armazém do Cais do Porto, na Zona Portuária do Rio. Ao chegar no local, ela se dirigiu a quem havia solicitado a corrida, um amigo de Victor. O ator o acompanhava com uma garrafa de cerveja na mão.

Danielle pediu que não entrassem em seu carro com a bebida, para evitar que o sujassem. O amigo de Victor tirou a garrafa da mão dele e os dois entraram no veículo. Quando ela deu partida para o destino, começou a ser xingada e agredida.

— Ele chegava bem perto do meu ouvido e me xingava. Usava palavras de baixo calão mesmo. Disse que eu não era profissional. Que eu deveria deixar ele beber no meu carro. Falou que eu era uma simples motorista, que eu não sabia com quem estava falando. Que eu era uma Zé-ninguém — relata.

Poucos quilômetros a frente, na Praça Tiradentes, no Centro, a motorista pediu para que os dois saíssem do veículo.

— Eu chorava muito. Estava nervosa. Nunca tinha passado por isso. Ele falava no meio ouvido, batia no meu cabelo, falou até que eu era sem luz — completa.

Danielle foi para casa e, ao meio-dia, foi a Delegacia da Mulher, na Praça Tiradentes, fazer um registro de ocorrência, que fez parte dos autos do processo da audiência de terça. Por falta de instrução — não foi orientada a procurar um advogado —, ela acabou não acompanhando o caso, arquivado posteriormente.

Em sete anos como motorista de aplicativo, trabalhando sempre em dois turnos: das 4h às 12h, e de 17h30 às 21h, ela diz ter sido essa a única vez em que foi vítima de agressões.

Fonte: EXTRA

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