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    Tratado entre polícias de 30 países ajudará a combater crimes: ‘É a Interpol da América’, diz Flávio Dino

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    O ministro Flávio Dino e o governador Cláudio Castro, em entrevista no Rio — Foto: João Vítor Costa / Agência O Globo

    No encontro entre o governador Cláudio Castro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, nesta quarta-feira, foi assinado o acordo para criação do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), para desarticular financeiramente grupos criminosos. Durante sua fala no Palácio Guanabara, na Zona Sul do Rio, Dino destacou os pilares do que chamou de “diálogo federativo”, destacando a assinatura do Tratado de Brasília, nessa quinta-feira: um acordo de cooperação entre as polícias de 30 países americanos.

    O Tratado de Constituição da Ameripol — sigla de “Comunidade de Polícias das Américas”, que atua desde 2007 como organismo de cooperação internacional — irá celebrar o reconhecimento do grupo. O evento receberá ministros de Interior e da Justiça de 12 dos 30 países membros para assinar o chamado “Tratado de Brasília”. Segundo Dino, o Ameripol é a Interpol da América.

    — Com isso, vamos fortalecendo esse debate porque abrange os nossos vizinhos, porque fatos aqui ocorridos repercutem nesses países fronteiriços e, do outro lado, fatos acontecidos lá têm repercussão direta no Rio de Janeiro, por exemplo, e em outros estados — detalhou o ministro.

    Os outros dois pilares citados por Dino são o foco na asfixia financeira nos grupos criminosos, conforme pontuou durante a assinatura do Cifra, e na parte logística dessas quadrilhas, citando a atuação das forças armadas, que desde segunda-feira trabalham em portos e aeroportos, do Rio e de São Paulo, sob a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

    A cooperação internacional também foi citada pelo ministro, destacando que informações da inteligência, compartilhadas com outros países, ajudaram na apreensão de drogas recentemente

    Dino também se encontrou com o presidente da Interpol, Ahmed Naser Al-Raisi, conforme divulgou em sua conta no X (antigo Twitter). Durante a noite desta quarta-feira, no Palácio da Justiça, em Brasília, um evento celebrará os 100 anos da Interpol.

     

    Países da Ameripol: quais são?

    De acordo com o Ministério da Justiça, 36 forças policiais de 30 países americanos compõem a Ameripol, sediada em Bogotá, na Colômbia. A lista está disponível no site da Ameripol:

    1. Antígua e Barbuda
    2. Argentina
    3. Belize
    4. Bolívia
    5. Brasil
    6. Chile
    7. Colômbia
    8. Costa Rica
    9. Cuba
    10. Equador
    11. El Salvador
    12. Estados Unidos
    13. Porto Rico
    14. Guatemala
    15. Guiana
    16. Haiti
    17. Honduras
    18. Jamaica
    19. México
    20. Nicarágua
    21. Panamá
    22. Paraguai
    23. Peru
    24. República Dominicana
    25. São Cristóvão e Névis
    26. Santa Lucia
    27. Suriname
    28. Trindad e Tobago
    29. Uruguai
    30. Venezuela

    Outros 31 membros participam como observadores.

     

    Com as forças nacionais, asfixia financeira

    Durante evento no Palácio Guanabara, Dino e Castro assinaram um acordo para o combate à lavagem de dinheiro das organizações criminosas. De acordo com o governador, o início do trabalho se dará com uma devassa em movimentação financeira de empresas em áreas conflagradas no Rio.

    — A Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro está levantando todos os CNPJs nessas áreas mais conflagradas. A ideia é que a gente faça esse rastreamento junto com o Coaf para ver quem possa ter uma disparidade no faturamento — detalhou o governador, que também pediu para que CNPJs ligados a criminosos “já conhecidos” também sejam checados.

    Cláudio Castro destacou que os criminosos não podem formalizar a lavagem de dinheiro:

    — Está muito claro que, hoje em dia, não são mais malotes de dinheiro para cima e para baixo. Esse problema da lavagem de dinheiro está acontecendo dentro do sistema financeiro nacional. Eles entram numa normalidade quase formal e nós não podemos deixar que o crime se formalize.

    Já Flávio Dino detalhou que o lema seguido é o “follow the money” (siga o dinheiro), nessa asfixia financeira.

    Coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça, e pela Polícia Civil do Rio, o Cifra funcionará em um modelo de força-tarefa, com disponibilização de pessoal permanente, em ação detalhada por Dino como algo que não é temporário. Sua sede será o prédio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, na Rua do Lavradio, no Centro da capital fluminense.

    A lista de órgãos que vão colaborar com o comitê é extensa: além das polícias Federal, Rodoviária Federal, e Militar, atuarão os Ministérios Públicos — Federal e do Rio — Banco Central, Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e agências reguladoras.

    Dino explicou, no entanto, que, devido ao teor das operações, mais detalhes não se tornarão públicos para não “frustrar” a inteligência dessas ações. O ministro ainda declarou confiar no caráter técnico das forças policiais do Rio e do âmbito federal.

    Fonte: EXTRA

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