Rio é uma das cidades pioneiras ao disponibilizar pelo SUS o DIU hormonal. Foto: Divulgação/ Edu Kapps/ Prefeitura do Rio
O planejamento familiar é uma das estratégias mais importantes para o enfrentamento da mortalidade materna. A Secretaria Municipal de Saúde oferece em sua rede básica métodos contraceptivos como pílula anticoncepcional, DIU hormonal e de cobre, preservativos masculino e feminino, laqueadura e vasectomia. Cada método tem benefícios e algumas contraindicações e, com a orientação do profissional de saúde, a mulher, e em algumas situações o casal, pode escolher o mais indicado para o seu caso.
“As nossas 238 unidades de saúde de Atenção Primária ampliaram muito a oferta de planejamento familiar na cidade, oferecendo desde métodos mais simples até a laqueadura e a vasectomia, que são recomendados para pessoas que têm a certeza de que não querem mais ter filhos. Mas é importante reforçar que a gente também tem meios menos invasivos, como o DIU, que é um dispositivo uterino com uma capacidade de proteção muito alta e pode ser reversível. Estamos investindo muito para que as famílias possam escolher o melhor momento de ter seus filhos”, diz o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz.
Para acesso ao planejamento familiar e aos métodos contraceptivos, os usuários devem conversar com a equipe de saúde em sua unidade de referência (clínica da família ou centro municipal de saúde). Os preservativos (camisinhas) são os únicos que previnem a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis e podem ser retirados com facilidade nas unidades. Para os demais métodos, que incluam a administração de medicação (pílula anticoncepcional), a implantação do dispositivo (DIU) ou procedimento cirúrgico (laqueadura para mulheres ou vasectomia para homens), é preciso passar pela consulta com o médico ou enfermeiro, para avaliação e definição do mais indicado para cada paciente.
Em 2022, o Rio se tornou um dos primeiros municípios brasileiros a oferecer o DIU hormonal pelo SUS – anteriormente era oferecido apenas o de cobre. O dispositivo tem 99,8% de eficiência, comparável à laqueadura tubária, e é um dos métodos reversíveis com melhores resultados. Os dispositivos foram adquiridos pela Prefeitura do Rio dentro das estratégias para redução da mortalidade materna, visando o planejamento familiar, sexual e reprodutivo da mulher em idade fértil, além da prevenção de gestações indesejadas.
A Secretaria Municipal de Saúde também aumentou consideravelmente a oferta de vagas para laqueadura e vasectomia. Mensalmente são abertas cerca de 3,6 mil vagas para os dois procedimentos, um recorde na oferta de vagas. De 2020 para 2022, o número de vagas disponibilizadas para essas duas cirurgias aumentou quase seis vezes, saindo de 3.046 para 17.068. Neste ano, até agosto, já foram abertas mais de 23,9 mil vagas para os dois procedimentos, sendo 11,9 mil para laqueadura e 12 mil para vasectomia. A fila para esse último procedimento hoje está zerada no SISREG.
O aumento da oferta de laqueaduras e vasectomias é resultado dos investimentos da Prefeitura do Rio para zerar as filas do SISREG até 2024. A SMS aumentou a capacidade dos hospitais da rede para a realização de diversos procedimentos e cirurgias eletivas, atendendo assim à demanda reprimida. Ao todo, em 2020, foram ofertadas mais de 219 mil vagas para cirurgias de diversos tipos, contra 89,4 mil em 2020. Em 2023, até o mês de agosto, já foram 232,5 mil vagas disponibilizadas.
Mariane Fernandes, de 21 anos, tem dois filhos e realizou a cirurgia de laqueadura no dia 14 de outubro, no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro. Foram apenas seis meses entre a inserção no SISREG até o dia do procedimento cirúrgico, passando por duas consultas no processo. Além de questões relacionadas à saúde, a escolha da jovem foi pensando em planejar sua família para conseguir cuidar dos dois filhos: “Optei pela laqueadura por questão de saúde, pois tive eclâmpsia nas minhas duas gestações, e também para fazer um planejamento familiar. O mundo está muito difícil. Quero poder oferecer o melhor para os meus filhos. As minhas escolhas não podem afetar a vida deles”, opinou.
Fonte: O DIA