Viagens teriam sido pagas por pelo sírio naturalizado brasileiro Mohamad Khir Abdulmajid, procurado pela Interpol e principal alvo da investigação da ameaça terrorista pela PF. Foto: Divulgação
No último domingo (12), Michael Messias foi detido em Copacabana, Zona Sul do Rio, sob suspeita de envolvimento em um esquema de recrutamento de brasileiros para o grupo terrorista Hezbollah. Durante o depoimento, Messias afirmou que suas viagens ao Líbano foram custeadas por Mohamad Khir Abdulmajid, o principal investigado na operação da PF sobre ameaças terroristas.
O músico alegou ter sido procurado por Mohamad para realizar apresentações de pagode no Líbano, negando qualquer envolvimento com o Hezbollah. No entanto, a polícia não está convencida dessa versão.
A Operação Trapiche, deflagrada pela PF, visa “intermediários recrutadores” no Brasil, supostamente contratados para recrutar brasileiros interessados em integrar células do Hezbollah. Alvos da operação, Mohamad e um libanês naturalizado brasileiro, também procurado pela Interpol, são apontados como os responsáveis pelo esquema.
Na última quarta-feira (8), dois homens suspeitos foram presos em São Paulo durante a Operação Trapiche, que revelou planos de ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas. A PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.
Mohamad Khir Abdulmajid, sírio naturalizado brasileiro, é o principal investigado na operação, iniciada em 2021 por suspeita de contrabando com possível financiamento de atos terroristas. Ele é procurado pela Interpol e, segundo a PF, seria, no mínimo, simpatizante do Hezbollah.
O Hezbollah, grupo islâmico xiita, surgiu em 1982 no Líbano, com o objetivo de defender muçulmanos contra milícias cristãs apoiadas por Israel. O grupo prega o fim do Estado de Israel e é considerado uma “organização terrorista” pelos EUA e vários países europeus. No Brasil, há denúncias de sua atuação, especialmente na região da Tríplice Fronteira.