Márcio Araújo de Souza — Foto: Reprodução de TV
Suspeito de envolvimento na morte do bicheiro Fernando Iggnácio, assassinado com tiros de fuzil em novembro e 2020, o sargento reformado da PM Márcio Araújo de Souza , apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como chefe da segurança pessoal do contraventor Rogério de Andrade, foi reintegrado aos quadros da Polícia Militar. Segundo a PM, o praça respondeu a um processo administrativo disciplinar e havia sido excluído ex-offício da corporação, no dia 31 de março de 2023.
No entanto, uma decisão judicial favorável ao sargento obrigou a Polícia Militar a reintegrar Márcio Araújo de Souza, no dia 1º de outubro de 2023, além de cessar os efeitos da cassação da aposentadoria do militar, em vigor desde sua expulsão. O sargento havia sido preso no dia 19 de fevereiro de 2021, após se apresentar na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), depois de ter tido um mandado de prisão expedido em seu nome oito dias antes.
No dia 9 de outubro de 2023, o militar foi solto após ser beneficiado por uma outra decisão judicial, desta vez de uma medida assinada pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal. Em seu despacho, o ministro concedeu ao sargento os mesmos efeitos de outra decisão do ministro Jorge Mussi, que havia determinado que a prisão preventiva de Rogério de Andrade fosse substituída por medidas alternativas como uso de tornozeleira eletrônica, obrigação de comparecimento periódico ao juízo e proibição de ausentar-se da residência no horário entre 20h e 6h.
Márcio Araújo de Souza foi um dos denunciados pelo MPRJ na Operação Calígula, em abril de 2022, que listou suspeitos de integrar organização criminosa, chefiada por Rogério de Andrade, para exploração de jogos de azar e para promover lavagem de dinheiro, entre outros crimes. O sargento também foi apontado, em outra investigação, como suspeito de ser o responsável pela contratação de quatro pistoleiros que executaram Fernando Iggnácio. Este último era genro de Castor de Andrade e inimigo declarado de Rogério.
Segundo o MPRJ, Fernnado Iggnácio disputava com Rogério de Andrade o controle de pontos de exploração do jogo do bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel, na Zona Oeste. A vítima foi executada com tiros de fuzil, no dia 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. O contraventor havia acabado de voltar de Angra dos Reis, na Costa Verde, quando foi atacado por homens armados e encapuzados ao caminhar em direção a um carro.
Por mais de dez anos, o sobrinho e o genro de Castor travavam uma guerra pelo controle dos negócios ilícitos do espólio de Castor de Andrade, ex- integrante da cúpula do jogo do bicho e ex-presidente da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
O sargento reformado Márcio Araújo de Souza teve a prisão decretada no dia 11 de fevereiro de 2021. No dia 19 de fevereiro do mesmo ano, ele se apresentou na Delegacia de Homicídios da Capital e foi preso. Segundo denúncia do MPRJ, o PM chefiava a segurança pessoal de Rogério de Andrade. Ainda segundo o Ministério Público, o sargento é apontado como responsável por dar proteção aos pontos de bicho de Rogério e pela gestão do aparato bélico, militar e humano da organização criminosa chefiada pelo contraventor.
Procurada, a Polícia Militar emitiu a seguinte nota sobre o caso: “A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que o sargento reformado Márcio Araújo de Souza estava acautelado na Unidade Prisional da Polícia Militar e foi posto em liberdade no dia 09/10/2023, conforme determinação judicial. Vale ressaltar que o referido policial foi excluído ex-officio em 31/03/2023, sendo reincluído nas fileiras da corporação em 01/10/2023 por meio de ordem judicial.”
Fonte: EXTRA