22.6 C
Maricá
quarta-feira, março 12, 2025
More
    InícioGazeta BrasilA cada 100 mortos pela polícia em 2022, 65 eram negros, mostra...

    A cada 100 mortos pela polícia em 2022, 65 eram negros, mostra estudo

    Data:

    Últimas Notícias

    Maricá atrai investidores no Mipim 2025

    Maricá chamou atenção no primeiro dia do Mipim 2025,...

    Maricá identifica 9 mil crianças durante o Carnaval 2025

    A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de...

    Maricá alerta: não há recadastramento de auxílios nos CRAS

    A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de...

    Maricá tem menor índice de mortes violentas na região

    Maricá registrou a menor taxa de mortes violentas da...

    Executivos da ONU Turismo e do CAF visitam MARAEY

    Gustavo Santos, diretor das Américas da ONU Turismo; Óscar Rueda, diretor...

    Em 2022, em apenas oito estados brasileiros, 4.219 pessoas perderam a vida em ações policiais. Dessas vítimas, 2.700 foram identificadas como negras (pretas ou pardas) pelas autoridades, representando 65,7% do total. Quando considerados apenas aqueles com cor/raça informada (3.171), a proporção de negros aumenta para 87,4%.

    O estudo “Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro”, desenvolvido pela Rede de Observatórios da Segurança, baseou-se em estatísticas fornecidas pelas polícias do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará, obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

    Nos estados analisados, apenas o Maranhão não disponibilizou informações sobre cor/raça das vítimas. Já no Ceará e Pará, uma grande quantidade de mortos não teve essa informação registrada: 69,7% e 66,2%, respectivamente.

    Os números destacam a polícia baiana como a mais letal em 2022, com 1.465 mortes (1.183 com cor/raça informada). Destas, 1.121 eram negras, representando 94,8% dos casos com identificação de cor/raça, acima da proporção de negros na população total do estado (80,8%).

    Essa tendência se repete nos outros estados analisados. No Pará, por exemplo, 93,9% dos mortos com cor e raça identificadas eram negros, enquanto o percentual de negros na população é de 80,5%.

    A constância desses números reforça a estrutura violenta e racista presente na atuação policial nos estados analisados, conforme apontado pela Rede de Observatórios. Pablo Nunes, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), destaca o racismo estrutural como fator preponderante nessas estatísticas.

    Essa realidade é evidenciada pela falta de transparência em estados como Maranhão, Ceará e Pará em relação ao registro da cor e raça dos mortos pela polícia. Nunes ressalta que a ausência de dados revela uma preocupante negligência em enfrentar esse problema, prejudicando a formulação de políticas públicas eficazes.

    Posicionamentos das Secretarias de Segurança:

    • São Paulo: Investe em capacitação com enfoque em direitos humanos e ações antirracistas.
    • Pará: Redução de 22% nas mortes por intervenção policial e destaca não obrigatoriedade no preenchimento do campo “raça/cor”.
    • Bahia: Ações pautadas na legalidade, busca por redução da letalidade e preservação da vida.
    • Rio de Janeiro: Inclusão de disciplinas sobre direitos humanos nos cursos de formação.
    • Ceará: Redução de 5,4% nas mortes por intervenção policial e implementação de protocolos humanizados no atendimento às ocorrências.

    Segundo Silvia Ramos, pesquisadora da Rede de Observatórios, é crucial encarar esse problema como uma questão política e social, defendendo alocação de recursos para políticas de segurança efetivas para toda a população.

    spot_imgspot_img

    Institucional

    spot_img

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui