Após um protesto realizado ontem, os moradores da comunidade Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, continuam enfrentando problemas com o abastecimento irregular de água nesta quinta-feira (23). A previsão é de que a normalização do serviço aconteça somente na sexta-feira (24).
Thiago Firmino, guia turístico e líder comunitário, mencionou que o fornecimento foi restabelecido após o protesto, mas logo parou novamente. Ele destacou: ‘Ontem, tivemos água durante o protesto, mas acabou junto com o fim da manifestação. Agora alegam uma falta de luz em Guaicurus. A água voltou hoje cedo, porém está escassa. Está chegando, mas em quantidade limitada. A água vem de Laranjeiras, segue até o topo do morro, e do tanque desce para as áreas mais baixas primeiro para depois abastecer de baixo para cima. Porém, nem nas áreas mais baixas está conseguindo encher. Como esperam abastecer toda a favela assim? Cerca de 70% da comunidade continua sem água. Essa é a situação, as pessoas continuam sem água.’
Os moradores relatam que a escassez de água e problemas de energia são recorrentes na região, especialmente em períodos de calor intenso. Já são seis dias sem abastecimento na comunidade.
Um residente desabafou: ‘Seis dias sem água, é uma aflição. A água não tem pressão suficiente para subir até a caixa.’
Na quarta à noite, os manifestantes ocuparam os acessos à comunidade com microfones para protestar. Houve interdição de uma faixa da Rua São Clemente, também em Botafogo, pelos manifestantes.
A Águas do Rio informou que o restabelecimento do abastecimento na comunidade Santa Marta está em processo gradual e que a normalização do serviço está prevista para a tarde desta sexta-feira.
Por outro lado, a Light, responsável pelo fornecimento de energia, afirmou que não houve registros de queda de energia na região nesta quinta-feira, contradizendo relatos anteriores.
A empresa ainda orientou os clientes a consumirem energia de forma consciente nos próximos dias, considerando a previsão de aumento de temperatura na cidade, alertando sobre os danos causados por ligações clandestinas nos transformadores, o que pode levar a quedas de luz, sobrecarregando o sistema na região e aumentando os riscos de incêndios e acidentes.