Suspeito foi preso por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu. Foto: Reprodução
A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (23), o último suspeito de participar do estupro coletivo de uma menina de 15 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Kauã Assis Franco Bragança, de 20 anos, disse em depoimento que não tinha intenção de cometer o crime, apenas de brincar com a vítima. Ele responderá pelo crime de estupro de vulnerável.
A prisão foi realizada por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu. Segundo a Polícia Civil, o jovem foi identificado no dia 8 deste mês, mesma data em que outro homem foi preso por suspeita de participação no crime.
A especializada informou que tentou intimar Kauã para prestar depoimento naquele dia, mas ele fugiu. O mesmo chegou a pintar o cabelo de outra cor para não ser reconhecido. Com o andamento da investigação, a Polícia pediu a prisão temporária do jovem, que foi aceita pela Justiça. Em depoimento realizado nesta quinta-feira (23), o suspeito disse que não tinha intenções de estuprar a vítima, que estava desacordada. Segundo ele, o fato aconteceu como uma brincadeira, pois todos os envolvidos estariam rindo.
A delegada Mônica Areal informou que o inquérito foi encerrado com a prisão do último suspeito, que teria sido o responsável por embriagar a menina. Além de Kauã, Elivelton da Silva Amorim, de 20 anos, e Adriana Souza Silva, dona da casa onde o crime aconteceu, também foram presos. Outros três adolescentes foram apreendidos.
“A Polícia Civil encerra hoje o inquérito do estupro coletivo de uma menina de 15 anos. Encerramos esse inquérito com a prisão dos dois principais autores e também da dona da casa onde tudo ocorreu. Também apreendemos três menores que estavam armazenando a cena de estupro nos celulares. Nós damos assim uma resposta tanto para a vítima como para a sociedade. A Polícia Civil é parceira da mulher. Jamais vamos admitir que coisas assim aconteçam. Que a mulher seja violentada, não só com o seu corpo, mas também na sua alma. Ainda mais uma adolescente cheia de sonhos, cheia de realizações. Vamos em frente”, destacou a delegada.
Versões do caso
O crime veio a tona no dia 6 deste mês quando a vítima denunciou que foi abusada por um grupo de homens. Nas redes sociais, a adolescente relatou o crime e explicou que ficou inconsciente após ingerir bebida alcoólica. A vítima acredita ainda que a ação foi planejada pelo grupo. Ela acusa Elivelton e Kauã de terem cometido os abusos. A menina afirmou também que os amigos não tentaram impedir o estupro. Segundo as investigações, o crime foi filmado e divulgado mais de 30 vezes nas redes sociais.
“Além de fazerem isso comigo, eles não atingiram só meu corpo, atingiram meu psicológico. Meu corpo está exposto, fico constrangida porque tá todo mundo passando olhando pra mim na rua, isso é muito feio, nunca aconteceu isso comigo, nunca fui conhecida por isso, não quero ter mídia, só quero minha vida de volta”, disse a adolescente.
Os envolvidos negaram as acusações feitas pela menina e apontaram que a relação teria sido consentida, mesmo após vídeos comprovarem o contrário. No mesmo dia 6, Elivelton se manifestou nas redes sociais e disse que o caso foi uma ‘brincadeira’ que passou dos limites.
Em depoimento, a dona da casa onde ocorreu o crime, Adriana de Souza Silva, mãe de uma amiga da vítima, também menor de idade, contou que soube do crime apenas dois dias depois e que não estava em casa no momento do estupro. Segundo ela, a vítima estava praticamente morando na sua residência há cerca de duas semanas.
“Eu não participei de nada, eu apenas tive a caridade de colocar essa menina dentro da minha casa por ser amiga da minha filha, esse foi meu único erro”, disse.
No dia anterior ao crime, no dia 2 de novembro, Adriana contou que a menina chamou um amigo em comum das duas, que seria um dos suspeitos de cometer o estupro, para a casa dela. A dona da casa e esse amigo, maior de idade, teriam bebido seis latas de cerveja e depois o rapaz teria ido embora.
No entanto, Adriana explicou que saiu para trabalhar por volta das 4h do dia seguinte e deixou a filha e a amiga em casa, sem imaginar que elas teriam chamado esse e outros meninos para o local após sua saída.
“Eu não imaginava que ela ia levar eles para dentro da minha casa, depois disso eu não sei mais o que aconteceu. Eu só soube dois dias depois, a mãe dela vivia falando que a filha dela não prestava. Eu não estava lá em nenhum momento, ela estava na minha casa há quase duas semanas e a mãe dela o tempo todo falando pra eu tirar ela da minha casa”, disse.
Fonte: O Dia.