A busca pelo paradeiro de Ana Vithorya Cordeiro Pereira, de 15 anos, continua há uma semana desde que desapareceu após uma discussão e saída de casa no bairro Pilar, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Sem portar celular e documentos, sua ausência gerou preocupações entre familiares e amigos.
Conforme relato da família, Ana Vithorya foi avistada por uma vizinha por volta das 21h do dia 15, caminhando em direção a uma praça pública na região. Seu não retorno levou os familiares a iniciarem buscas pelas ruas, praças, hospitais e abrigos do município.
A polícia investiga as circunstâncias e motivação do desaparecimento. O caso foi registrado na 60ª DP (Campos Eliseos), mas será encaminhado ao Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP), especializado em casos de desaparecimentos, sediado na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Após o sumiço, Ana Vithorya chegou a fazer contato por mensagem de áudio em uma rede social, assegurando seu bem-estar, porém sem dar pistas sobre sua localização ou companhia. Preocupados com a possibilidade de coação ou risco, a família reportou o ocorrido à polícia.
Para fornecer informações sobre o paradeiro de Ana Vithorya Pereira, é possível contatar o Disque-Denúncia (2253-1177), a 60ª DP (2678-6518) ou o Programa SOS Crianças Desaparecidas da Fundação para Infância e Adolescência-FIA (2286-8337/98596-5296). Todas as informações são garantidas sob sigilo e anonimato.
Desaparecimentos na Baixada Fluminense
No período de janeiro a setembro deste ano, o Estado do Rio de Janeiro registrou 4.289 desaparecimentos, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). A Baixada Fluminense lidera com 1.198 casos, seguida pela região que abrange as Zonas Norte e Oeste do Rio (RISP2) com 1.022 ocorrências, e a Capital com 882 sumiços. As Regiões Metropolitana e dos Lagos somam 577 registros, enquanto o Norte-Fluminense contabiliza 230. A Região Serrana e o Sul-Fluminense tiveram, respectivamente, 159 e 221 casos.
Alerta sobre Aumento de Aliciamentos nas Redes Sociais
De acordo com o Programa de Localização e Identificação a Desaparecidos (Plid) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, aproximadamente 30% dos desaparecimentos registrados estão relacionados a adolescentes. O aliciamento de crianças e adolescentes através das redes sociais tem sido crescente, apontam especialistas, principalmente devido à falta de controle por parte dos responsáveis e ao uso indiscriminado da internet por essa faixa etária.
“Estamos conduzindo campanhas e palestras para alertar os pais sobre o uso responsável das mídias digitais. A tecnologia é essencial nos tempos modernos, mas por trás das telas, há uma rede de indivíduos que se aproveitam de vulnerabilidades para cometer crimes”, alerta Luiz Henrique Oliveira, do Programa SOS Criança Desaparecida da FIA.
“Atenção redobrada nos relacionamentos online é crucial. Os aliciadores buscam ganhar a confiança das vítimas, percebendo fragilidades nas relações familiares. Além de limitar o acesso à internet, o diálogo aberto com os filhos é fundamental para prevenir fugas e desaparecimentos”, acrescenta Carmen Lúcia Cardoso, psicóloga especializada no atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência.
Caso de Aliciamento no Rio
Em março deste ano, o sequestro de uma menina de 12 anos por um suposto ‘namorado da internet’, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio, reacendeu debates sobre a vulnerabilidade de crianças e adolescentes nas redes sociais. O jovem, identificado como Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, foi preso por sequestrar a adolescente e levá-la ao Maranhão. Após investigações, a menina foi resgatada e devolvida à família.