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    Mães de alunos afirmam que brigas dentro de escola na Zona Norte são recorrentes: ‘Virou ringue’

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    A recente briga entre estudantes do ensino fundamental na Escola Municipal Cívico-Militar, localizada no bairro Rocha, Zona Norte, resultando no desmaio de um deles, levantou sérias preocupações entre pais e responsáveis. Mães presentes na escola na manhã desta sexta-feira (24) expressaram suas inquietações, apontando para a frequência de brigas, a ausência de professores e a falta de inspetores nos corredores como questões recorrentes. Para reforçar a segurança, viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal foram vistas nos arredores da escola.

    Thalita Piotto, nutricionista de 37 anos e mãe de uma aluna do 8º ano, ressaltou a presença de múltiplos episódios de briga desde a saída dos monitores militares. Ela explicou: “Este ano, vimos vários episódios de brigas, não apenas nesta escola, mas em outras da região. Anteriormente, quando tínhamos uma gestão Cívico-Militar, contávamos com 16 monitores militares que mantinham a ordem na escola. Nunca houve algo assim. Porém, com o fim desse projeto, esses contratos foram encerrados gradualmente, restando apenas dois militares até o final do ano para cuidar de 680 alunos.”

    A escola foi fundada em 2020 como parte de um programa do governo federal para uma gestão compartilhada do ensino. Embora o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim) tenha sido encerrado pelo governo federal este ano, o município e o estado do Rio continuaram a operar essas escolas.

    Thalita também destacou o grande tempo ocioso dos alunos devido à falta de professores: “Embora tenhamos mais agentes educadores do que a maioria das escolas, com três ao invés de apenas um, ainda não é suficiente. Temos uma vaga aberta de professor devido a licenças e outras ausências, o que resulta em um tempo ocioso para os alunos.”

    Sobre a briga, ela mencionou que um dos envolvidos era reincidente em confusões, enquanto o outro parecia estar ‘matando’ aula: “O estudante envolvido estava ausente durante seu intervalo, era esperado que ele se juntasse a outras turmas, mas encontrou o outro estudante, envolvendo-se em toda a confusão.”

    Durante a manhã, um representante da Secretaria Municipal de Educação esteve na escola para conversar com os pais. Thalita relatou: “Um representante da SME convocou os responsáveis para uma reunião, onde prometeram resolver a questão do tempo ocioso com possíveis substitutos para evitar que as crianças fiquem sem supervisão. Estamos confiantes, pois são nossos filhos que frequentam essa escola.”

    Maryana de Oliveira, mãe de outra aluna do 8º ano, corroborou a frequência das brigas e relatou um incidente anterior envolvendo sua filha: “Essas brigas não são isoladas, e um desses meninos já agrediu minha filha. O diretor convocou os responsáveis por sete vezes, mas eles não apareceram. Não houve medidas efetivas devido a uma hierarquia.”

    Ela também expressou preocupação com a falta de funcionários e o receio de enviar sua filha à escola: “A escassez de funcionários e professores resulta em um grande tempo ocioso para as crianças, deixando quase 700 alunos sem supervisão. Estou apreensiva em mandar minha filha para a escola. Em alguns dias, de 9 tempos de aula, apenas 7 são cumpridos.”

    Gesiane Souza da Conceição, mãe de dois alunos, destacou a responsabilidade dos pais na educação e expressou preocupação com o comportamento das crianças: “Se algo pior tivesse acontecido, onde estariam os pais? Se eles dedicarem um pouco mais de tempo para estar com seus filhos, observariam mudanças. Eu vejo crianças se comportando de maneira inadequada. A educação começa em casa.”

    Ela testemunhou comportamentos problemáticos frequentes: “Embora eu não tenha críticas sobre o desempenho dos meus filhos na escola, vejo um ano de mudanças na escola, com brigas e desrespeito. Eu vejo isso todos os dias, às vezes até do outro lado da rua. No momento da saída, há confusão, e isso pode levar a um acidente, e os pais culpariam o adulto sem compreender a causa.”

    Após a repercussão do caso, a Secretaria Municipal de Educação anunciou a exoneração do diretor, com a escola prevendo um novo diretor a partir de hoje.

    Em relação à briga capturada em vídeos nas redes sociais, a Secretaria Municipal de Educação informou que o aluno agredido recebeu atendimento na UPA do Engenho Novo, realizou uma tomografia e foi liberado. Ambos os estudantes envolvidos na briga receberão apoio psicológico. Uma sindicância foi instaurada para investigar o incidente.

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