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Armas de PMs envolvidos na morte de adolescente em Belford Roxo serão periciadas

Caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Foto: Divulgação

Os policiais militares envolvidos na ocorrência da morte da adolscente M. I. C de 14 anos, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foram ouvidos na delegacia e tiveram as armas apreendidas para pericia. De acordo com a PM, no local havia um confronto entre criminosos rivais. Já a família da vítima, acusa policiais da P2, que estariam descaracterizados, de terem realizado o disparo que atingiu a menina.

Ainda segundo a corporação, um procedimento apuratório foi instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar para “averiguar a conjuntura” da ação policial. Na ação, um jovem também morreu.

Em nota, a PM informou que agentes do 39ºBPM (Belford Roxo), foram acionados para uma ocorrência e encontraram um adolescente já em óbito, próximo ao Morro do Avião, comunidade vizinha ao bairro Nova Aurora, onde a menina foi ferida. Ela chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Municipal de Belford Roxo, mas não resistiu. Na ação, uma arma foi apreendida e um homem foi preso

“Os agentes tomaram conhecimento de um confronto armado entre criminosos, um homem foi preso e uma arma apreendida. Durante a ação, houve um breve confronto entre os criminosos e a Polícia Militar”, explicou em comunicado.

O caso aconteceu no último sábado (2). No domingo (3), familiares de ambas as vítimas estiveram no IML. A tia da menina disse que no momento em que foi atingida, M. I. C estava a caminho de uma farmácia. O sepultamento dela está marcado para às 11h desta segunda-feira (4) no Cemitério Municipal de Belford Roxo, conhecido como Cemitério da Solidão.

Já a família do ‘adolescente’ que também morreu baleado, diz que o rapaz na verdade se trata de Matheus Valério Cândido, de 25 anos, integrante da milícia da região, e que atuava na cobrança de taxa ilegal de comerciantes.

Segundo um parente, que preferiu não se identificar, na ocasião, ele teria fugido para a comunidade ao perceber a chegada de policiais, mas acabou sendo morto por traficantes que dominam a área. Há cerca de 20 dias, ele teria sido alvo dos bandidos e um comparsa acabou morrendo. O familiar disse ainda que ele teria se juntado à milícia para arcar com as despesas do filho, de apenas 10 dias.

Já o pai, que também não quis se identificar, afirmou que não sabia sobre envolvimento de Matheus com criminosos e o descreveu como um “garoto muito bom”. Ele disse ainda que estava se sentindo paralisado e buscando forças para continuar. O sepultamento está previsto para a tarde desta segunda-feira, no Cemitério de Belford Roxo.

As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

A morte da adolescente M. I. C de 14 anos, baleada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é o 13º de caso de vítimas de até 14 anos mortas por armas de fogo, a maioria por bala perdida, registrado em 2023. De acordo com a ONG Rio de Paz, esse é o maior número contabilizado em 16 anos.

A Rio de Paz, até agora, já contabilizou 104 vítimas fatais, a grande maioria por bala perdida, em favela e em confronto com a polícia.

Fonte: O DIA

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