Foto: Leonardo Fonseca
O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica foi aclamado na noite desta quarta-feira (6), no Teatro Odylo Costa, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde foi recebido por estudantes, políticos e sociedade civil no encontro Latino-americano sobre memória, território e identidades, “Explorando identidades e democracia: Cartografias das Culturas”. O evento teve apoio da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar). O presidente da empresa, Hamilton Lacerda, marcou presença.
“Somos e devemos ser uma América Latina antirracista. Nossa causa é para que sejam donos dos seus próprios destinos. Não contamos a história, fazemos parte dela”, disse Mujica.
Ele reafirmou a importância da pauta jovem em que o trabalho deve cumprir sua função social. “Tenho 88 anos, estou perto da despedida, mas enquanto eu estiver são, estarei pedindo para os jovens universitários da América Latina se encarreguem de lutar pela integração desse continente”, afirmou Mujica.
Segundo ele, essa é uma luta de 25 a 30 anos porque se trata de uma mudança cultural. “E temos que entender que as mudanças culturais são mais difíceis do que as mudanças materiais. Não importa se é brasileiro, argentino ou colombiano”, completou.
Luta
A vice-presidente da Colômbia, Francis Márquez, que fez história ao se tornar a primeira mulher negra a ocupar esse cargo, participou do evento e reforçou a necessidade de todos se sentirem incluídos e com seus direitos, em busca de justiça racial.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que foi cotista da Uerj, falou sobre a importância das cotas raciais para criação de equidade social e sobre democracia. Ela foi ameaçada com discursos de ódio há dois meses. “ Ao mesmo temos que temos audácia pra estar em determinados locais, não podemos esquecer de onde viemos e pra quem governamos. Não dá pra falar de democracia sem estar na rua”, disse.
“Essa universidade é a mais preta do Brasil. A Uerj é pioneira na implantação da política de cotas. Depois disso ela ficou mais forte, diversa e mais brasileira. Não haverá solução para a desigualdade, misoginia, fascismo, racismo estrutural, xenofobia, sem a integração do nosso bloco”, disse Cláudia Gonçalves de Lima, reitora da UERJ.
Codemar participa como apoiadora do evento
O presidente da Codemar, Hamilton Lacerda, acompanhou a mesa de debates de perto e ressaltou a importância de apoiar o evento.
“Não poderíamos ficar de fora de um evento tão importante que traz cultura, história e esperança para o povo brasileiro, que precisa se unir contra preconceitos e a favor do nosso desenvolvimento, da justiça social e sustentabilidade”, afirmou Lacerda
Ele acrescentou que espera “ter contribuído com nossa participação, para a busca por uma cidadania cada vez mais forte e um Brasil cada vez mais justo. Agradeço ao convite da reitora Cláudia Gonçalves para a nossa participação no evento”.
Outros dirigentes de Maricá também participaram do evento, como o secretário de Educação, Márcio Jardim, e a Secretária de Economia Solidária, Andrea Cunha.
O evento
A série de ações do evento “Cartografias das Culturas – Encontro Latino-americano sobre memória, território e identidades”, aconteceu entre os dias 4 e esta quinta-feira, 7 de dezembro, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no Maracanã, com mesas de debates, mostra de cinema e atividades culturais.
O Cartografias das Culturas é uma iniciativa com apoio da FAPERJ, através do Programa de Apoio à Organização de Eventos Científicos, Tecnológicos e de Inovação no Estado do Rio de Janeiro.