Edinalva Brito dos Santos Carvalho, de 51 anos, foi detida no último domingo (17) sob suspeita de envenenar e assassinar seu ex-companheiro, Emilson do Amparo, de 62 anos, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A mulher admitiu ter dopado e envenenado o pedreiro, embora tenha alegado à Polícia Civil que agiu em legítima defesa. Contudo, a versão apresentada por Edinalva não convenceu os investigadores, que basearam-se na análise de seu histórico médico e outras evidências.
O caso foi inicialmente registrado na 71ª Delegacia de Polícia (Itaboraí), que conduziu as primeiras averiguações para esclarecer os detalhes em torno da morte. A perícia indicou que a causa da morte foi hipoxemia por constrição cervical, resultante de asfixia mecânica. Além disso, os agentes apreenderam cartelas vazias de medicamentos controlados e um produto veterinário altamente tóxico.
A DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo) prosseguiu com as investigações e descobriu um histórico tumultuado no relacionamento do casal, incluindo tentativas de suicídio e homicídio por parte da mulher, que resistia ao término da relação. Conforme relata a delegacia, um vídeo recuperado mostra a vítima extremamente dopada e letárgica momentos antes de sua morte.
Contexto do caso:
O corpo de Emilson foi encontrado dentro da piscina na casa da suspeita, no bairro Gebara, em Itaboraí, na noite do último dia 8. Enquanto isso, Edinalva foi encontrada desacordada nas proximidades da área de lazer. Ela recebeu assistência médica e foi levada para o Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, no mesmo município, com sinais de envenenamento. A mulher prestou depoimento na unidade de saúde, confessando o crime aos agentes da DHNSG. Após receber alta na tarde de sexta-feira (15), foi imediatamente presa.
A família da vítima colaborou desde o início com a Polícia Civil para esclarecer o ocorrido. Ao chegarem na casa da suspeita, os filhos do pedreiro encontraram frascos vazios de medicamentos controlados e veneno. Eles também recuperaram o celular de Edinalva e o entregaram às autoridades, onde foram encontradas conversas suspeitas e um vídeo da vítima dopada.
Kelly da Costa Pessanha, sobrinha de Emilson, de 37 anos, relatou que o casal estava separado há pelo menos dois anos, mas mantinha uma relação amistosa, com Emilson frequentemente ajudando em tarefas domésticas. No entanto, apesar da aparente cordialidade, Edinalva já havia tentado matá-lo em outras ocasiões. “Na sexta-feira (8), meu tio enviou uma mensagem para o filho dele dizendo que iria consertar uma torneira na casa dela, porém, demorou muito para retornar para casa. Foi então que começamos a nos preocupar e ligamos várias vezes para ele, mas sem resposta”, disse.
O filho do pedreiro recebeu um vídeo de Edinalva mostrando o pai aparentemente dopado dentro da piscina. Nas imagens, obtidas pelo DIA, Edinalva instrui Emilson a se deslocar para a parte funda da piscina, rindo da situação.
Em depoimento na 71ª DP (Itaboraí), Leidyane Silveira do Amparo afirmou que seu pai estava visivelmente dopado nas imagens. Ela também relatou que seu pai entrou em contato com a ex-namorada de sua irmã no dia 8 de dezembro, pedindo socorro. A jovem então informou Leidyane sobre o ocorrido. Desesperada, ela foi à residência de Edinalva, mas ao chegar lá, seu pai já estava sem vida.