Edson Davi Silva Almeida, de 6 anos, desapareceu há uma semana na Praia da Barra, na Zona Oeste do Rio. Foto: Redes Sociais
Jovem abriu o coração nas redes sociais sobre o tempo sem respostas sobre o irmão e que a angústia aumenta com o passar dos dias
“A nossa dor é insuportável, o nosso desespero por resposta é incompreendido e o nosso grito está aos poucos perdendo a força”. O desabafo é de Giovanna Araújo, irmã do menino Edson Davi Silva Almeida, de 6 anos, que está desaparecido há uma semana. Bombeiros e policiais civis seguem com as buscas na Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste, nesta quinta-feira (11).
A jovem lamentou nas suas redes sociais o tempo sem respostas sobre o irmão. Segundo Giovanna, os dias vão passando e a angústia aumentando, ainda mais com diversas denúncias falsas que chegam até a família sobre o paradeiro de Davi.
“Sete dias sem o Davi. A nossa dor é insuportável, o nosso desespero por resposta é incompreendido e o nosso grito está aos poucos perdendo a força. Cada dia que passa aumenta a nossa angústia e nos machucamos com todas as denúncias falsas mascaradas de esperança feita por pessoas maldosas. Hoje marca uma semana do desaparecimento do Edson Davi e, infelizmente, não temos nenhuma notícia positiva, sequer conclusiva”, escreveu.
A possibilidade de afogamento assombra os familiares. Até o momento, a hipótese do menino ter se afogado é a principal linha de investigação da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que chegou a analisar um possível sequestro, que não se confirmou.
“Temos a maior probabilidade. Essa probabilidade que vem nos assombrando e sugando nossa esperança de poder abraçá-lo mais uma vez. Davi. Meu irmão. Minha vida. Isso não é uma despedida, ainda não. Deus, por favor, não”, completou Giovanna.
Marize Araújo e Edson dos Santos Almeida, pais do menino, estiveram nesta quinta-feira (11) na Praia da Barra para acompanhar as buscas dos bombeiros e da Polícia Civil. O Corpo de Bombeiros realiza hoje o sétimo dia de buscas pelo menino no mar e na extensão da praia, com drones, helicóptero, motos aquáticas, mergulhadores e triciclo.
Já a DDPA, que investiga o caso, também procura pela criança, utilizando aeronaves com câmeras termográficas acopladas, que detectam as temperaturas, mesmo de grandes distâncias. A ação tem apoio do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Saer/Core).
Nas redes sociais, Marcelo Shad, advogado da família, pediu uma intensificação nas buscas pelo menino e que a investigação não descarte nenhuma possibilidade, pois o tempo está passando e com o avançar dos dias a tendência é que fique mais complicado para encontrá-lo.
“Basicamente, nós temos duas possibilidades que genericamente podemos chamar de sequestro e a outra possibilidade um afogamento. Diante dessas duas possibilidades, uma série de coisas poderiam ter sido feitas de pronto, ou seja, logo no início do problema, o que não foi feito. Dito isto, nós precisamos entender que temos dois relógios rodando. Um vai tratar especificamente sobre a decomposição do corpo se foi um afogamento. Se ele se decompor, a probabilidade de ser encontrado é muito menor. A outra possibilidade é a questão de encontrar o Davi através da identificação dos possíveis sequestradores. Esse relógio da decomposição é mais complicado porque ele é fatal. Ou seja, se não resolver esse problema e for esta a opção, não terá outro caminho. A dúvida irá pairar. A ideia neste momento é intensificar as buscas. Não abandonar outros casos, outras hipóteses e outra investigação, mas intensificar as buscas”, destacou.
Família não acredita em afogamento
Nesta quarta-feira (10), familiares e amigos realizaram um novo protesto, na altura do Posto 4 da Praia da Barra, onde Edson Davi foi visto pela última vez, na última quinta-feira (4). Os manifestantes exibiram faixas, cartazes e contestaram o afogamento da criança. O grupo ainda pediu que as pessoas que aparecem no vídeo dele brincando próximo à água prestem depoimento na DDPA. “Edson Davi está vivo. Ele não se afogou. Ele chama por nós”, dizia uma faixa no ato.
Pouco antes de desaparecer, o menino brincava com duas crianças e um estrangeiro, próximo à barraca dos pais e, inicialmente, a família acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado pelo turista. Entretanto, o argentino foi ouvido pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros e relatou que apenas jogou bola com a Edson Davi e seus filhos e, logo em seguida, voltou para o hotel onde estava hospedado. O homem ainda acrescentou que não viu para onde ele foi depois.
O estrangeiro não é considerado suspeito, já que câmeras de segurança da região mostraram ele e a família deixando a praia e voltando para o hotel sem a presença do menino. Em um vídeo obtido da câmera de segurança de um quiosque, o menino aparece andando sozinho por um trecho no calçadão da praia, de cerca de 100 metros. Em seguida, ele conversa com um homem e volta para a areia.
Agentes da DDPA também obtiveram imagens que mostram o menino brincando na areia, próximo ao mar, ao lado de uma bandeira vermelha de alerta sobre os riscos aos banhistas, antes de desaparecer. Além disso, uma testemunha relatou que ele entrou no mar três vezes enquanto jogava futebol com outra criança e que o pai, Edson dos Santos Almeida, chegou a chamar a atenção do filho.
Também em depoimento, um funcionário da barraca da família disse que pediu que a criança saísse do mar, que estava revolto e com ondas grandes. Pouco antes do seu desaparecimento, o menino pediu uma prancha de bodyboard emprestada para um barraqueiro, que negou, também por conta das condições da água. Logo depois, Edson Davi seguiu em direção à barraca dos pais.
Edson Davi usava uma camisa de manga térmica preta, vestia uma bermuda da mesma cor e estava descalço no dia de seu desaparecimento. O Disque Denúncia pede ajuda para localizar a criança e recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
Enquanto as buscas pelo menino continuam, a barraca da família segue fechada. Por isso, clientes e amigos abriram uma vaquinha online para ajudar os donos do estabelecimento e seus funcionários. A iniciativa pretende arrecadar R$ 50 mil e vem sendo amplamente divulgada nas redes sociais. Até a tarde desta quinta-feira (11), aproximadamente R$ 6.600 foram arrecadados. A doação pode ser realizada no site Vakinha.
Fonte: O DIA